São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2000

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Para físico, há risco de blecaute

DA SUCURSAL DO RIO

Para o físico Luiz Pinguelli Rosa, estudioso dos problemas da geração de energia no país, o fato de a paralisação de Angra 2 ter ocasionado queda de energia em 70 cidades é um "sintoma da crise do setor".
No mês passado, Pinguelli entregou ao Ministério das Minas e Energia um estudo sobre o déficit do setor de energia, identificando a falta de investimentos como o fator que pode colocar o sistema em risco de blecaute. Hoje, a capacidade de produção de energia do sistema está em torno de 70 mil megawatts, pouco acima do que é consumido, não havendo um excedente que evite que falhas isoladas possam causar quedas sequenciais de energia. Angra 2 produz 1,3 mil megawatts.
Uma das soluções que o governo federal anunciou para o déficit, incentivos para construção de 49 termelétricas nos próximos três anos, é criticada por Pinguelli, que é vice-diretor da Coppe (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ). Para ele, o custo do gás natural, combustível das termelétricas, torna a eletricidade dessas usinas duas vezes mais cara do que a produzida pelas hidrelétricas, o que inviabiliza a idéia.
Na opinião do físico, nenhuma falha em uma usina nuclear pode ser minimizada. Ele lembrou que o colapso em Three Miles Island, em 1979, na Pensilvânia (EUA), começou com uma falha no sistema secundário da usina.
A situação, avalia Pinguelli, está sob controle atualmente, mas será necessário fazer a troca de equipamentos de Angra 1, que está com problemas de corrosão.







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