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Ex-presidiário apela a colegas
DA REPORTAGEM LOCAL
Dez dias depois de conseguir a
liberdade, o ex-detento I.G.T., 32,
liga para o advogado da Funap. O
profissional se apressa em falar
que irá a qualquer hora visitá-lo
na cadeia e ver sua situação. "Não
precisa mais, já estou solto", diz o
ex-preso. E desliga o telefone.
A história é contada pelo próprio T. para ilustrar o descaso e a
burocracia que ele diz ter enfrentado na cadeia. "O advogado da
Funap não acompanhou o processo. Não sabia que existia uma
decisão e que eu já estava solto",
disse. Acusado de estelionato, ele
foi condenado a dois anos e seis
meses de prisão. Ficou na cadeia
um ano e oito meses, dois terços
da pena.
Quando completou um ano na
cadeia, T. disse que procurou o
advogado da Funap da Casa de
Detenção, no complexo do Carandiru, e informou que tinha direito ao regime semi-aberto.
Só que, segundo T., ele só conseguiu falar novamente com o advogado dois meses depois. No segundo encontro, o advogado juntou os documentos, que T. mesmo tratou de reunir, e encaminhou o pedido.
Segundo o ex-preso, foram
mais três meses até que ele fizesse
o laudo criminológico. Depois enfrentou outra agonia: a falta de informações sobre a tramitação do
pedido. Apelou de novo ao coleguismo. Pediu ao advogado de
um colega preso que acompanhasse também o seu caso, o que
ocorreu.
T. acabou conseguiu albergue
familiar e foi para casa. "Se não
fosse o advogado desse colega, teria cumprido toda a pena, ou até
mais", afirmou T., solto em 1998.
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