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Cresce total de queixas contra lixo nas ruas
Foram 640 reclamações em novembro, maior número mensal desde 2004
Aumento se manteve: foram 216 queixas nos oito primeiros dias deste mês -quase 64% do total de todo o dezembro de 2005
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de reclamações
dos moradores sobre o lixo acumulado nas ruas de São Paulo
explodiu desde o início de novembro. A data coincide com a
entrada em operação das novas
empresas responsáveis pela
varrição de ruas.
Em novembro, o serviço de
atendimento ao munícipe da
prefeitura pelo telefone 156 registrou 640 reclamações referentes à limpeza das ruas. Foi o
maior número mensal desde
2004 e 218,41% maior do que
novembro do ano passado.
O aumento é, para a prefeitura, considerado normal em períodos de transição de contratos dos serviços de limpeza. Em
novembro de 2004, logo após a
entrada em operação das duas
concessionárias do serviço de
coleta de lixo domiciliar, o 156
recebeu 572 queixas. No mês
seguinte, porém, esse número
voltou ao normal.
Só que desta vez as reclamações continuaram a aumentar.
Foram 216 nos oito primeiros
dias de dezembro, 63,89% do
número do mesmo mês do ano
passado e quase a metade do índice de dezembro de 2004.
O artista plástico Sérgio Azevedo, morador do Tatuapé (zona leste), diz que as ruas de seu
bairro estão ainda mais sujas.
"O que a gente costuma ver são
lugares em que as pessoas colocam lixo e ninguém recolhe."
O professor aposentado Sebastião Gonçalves Macedo, que
mora há mais de 30 anos em
Santana (zona norte), concorda. "O que se tem visto por aí é
lixo para todo o lado."
A falta de limpeza das ruas é
um dos principais motivos
apontados até mesmo pela prefeitura para a ocorrência de enchentes. O lixo acumulado ajuda a entupir as bocas-de-lobo, o
que dificulta a vazão das águas.
Os secretários de Serviços,
Antonio Marsiglia Netto, e de
Coordenação de Subprefeituras, Andrea Matarazzo, apontam como o principal fator para
o aumento das reclamações
exatamente o período de transição de contratos, mas dizem
que a situação está sendo resolvida (leia texto nesta página).
Outro fator que pode ter aumentado a insatisfação dos
paulistanos foi a mudança no
sistema de coleta. Antes, as
concessionárias Loga e Ecourbis coletavam todo o lixo ensacado e depositado nas calçadas.
Desde o mês passado, as empresas de varrição são responsáveis pelo lixo juntado por ela,
mas não pelo domiciliar. Essas
empresas usam sacos amarelos, exatamente para diferenciar o material do colocado nas
calçadas pelos moradores.
O secretário Marsiglia disse
que, para diminuir a confusão,
as concessionárias estão iniciando uma campanha de esclarecimento à população. Estão sendo distribuídos folhetos
com indicações de sites e telefones onde os moradores encontram informações sobre o
horário da coleta domiciliar.
Marsiglia explica que uma lei
municipal exige que o lixo fique
nas ruas por, no máximo, duas
horas, e que o morador que, por
exemplo, colocar o lixo na rua
pela manhã, mas a coleta estiver programada apenas para a
noite, pode até ser multado.
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