São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cresce total de queixas contra lixo nas ruas

Foram 640 reclamações em novembro, maior número mensal desde 2004

Aumento se manteve: foram 216 queixas nos oito primeiros dias deste mês -quase 64% do total de todo o dezembro de 2005

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de reclamações dos moradores sobre o lixo acumulado nas ruas de São Paulo explodiu desde o início de novembro. A data coincide com a entrada em operação das novas empresas responsáveis pela varrição de ruas.
Em novembro, o serviço de atendimento ao munícipe da prefeitura pelo telefone 156 registrou 640 reclamações referentes à limpeza das ruas. Foi o maior número mensal desde 2004 e 218,41% maior do que novembro do ano passado.
O aumento é, para a prefeitura, considerado normal em períodos de transição de contratos dos serviços de limpeza. Em novembro de 2004, logo após a entrada em operação das duas concessionárias do serviço de coleta de lixo domiciliar, o 156 recebeu 572 queixas. No mês seguinte, porém, esse número voltou ao normal.
Só que desta vez as reclamações continuaram a aumentar. Foram 216 nos oito primeiros dias de dezembro, 63,89% do número do mesmo mês do ano passado e quase a metade do índice de dezembro de 2004.
O artista plástico Sérgio Azevedo, morador do Tatuapé (zona leste), diz que as ruas de seu bairro estão ainda mais sujas. "O que a gente costuma ver são lugares em que as pessoas colocam lixo e ninguém recolhe."
O professor aposentado Sebastião Gonçalves Macedo, que mora há mais de 30 anos em Santana (zona norte), concorda. "O que se tem visto por aí é lixo para todo o lado."
A falta de limpeza das ruas é um dos principais motivos apontados até mesmo pela prefeitura para a ocorrência de enchentes. O lixo acumulado ajuda a entupir as bocas-de-lobo, o que dificulta a vazão das águas.
Os secretários de Serviços, Antonio Marsiglia Netto, e de Coordenação de Subprefeituras, Andrea Matarazzo, apontam como o principal fator para o aumento das reclamações exatamente o período de transição de contratos, mas dizem que a situação está sendo resolvida (leia texto nesta página).
Outro fator que pode ter aumentado a insatisfação dos paulistanos foi a mudança no sistema de coleta. Antes, as concessionárias Loga e Ecourbis coletavam todo o lixo ensacado e depositado nas calçadas.
Desde o mês passado, as empresas de varrição são responsáveis pelo lixo juntado por ela, mas não pelo domiciliar. Essas empresas usam sacos amarelos, exatamente para diferenciar o material do colocado nas calçadas pelos moradores.
O secretário Marsiglia disse que, para diminuir a confusão, as concessionárias estão iniciando uma campanha de esclarecimento à população. Estão sendo distribuídos folhetos com indicações de sites e telefones onde os moradores encontram informações sobre o horário da coleta domiciliar.
Marsiglia explica que uma lei municipal exige que o lixo fique nas ruas por, no máximo, duas horas, e que o morador que, por exemplo, colocar o lixo na rua pela manhã, mas a coleta estiver programada apenas para a noite, pode até ser multado.


Texto Anterior: Câmara dos Deputados aprova Lei do Saneamento
Próximo Texto: "É uma fase de transição", diz secretário
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.