São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 2008

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Família pede que Cidade da Música não tenha o nome de Roberto Marinho

Rafael Andrade/Folha Imagem
Operários trabalham na Cidade da Música, na Barra da Tijuca

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

A família do jornalista Roberto Marinho (1904-2003), criador da TV Globo, pediu à Prefeitura do Rio que retirasse o nome do empresário da Cidade da Música, obra de R$ 518 milhões que será inaugurada na próxima quinta-feira na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). O prefeito Cesar Maia (DEM) aceitou o pedido.
O complexo cultural é uma das obras mais polêmicas de Maia. Consumiu cerca de um quarto dos investimentos da cidade neste ano e tem sido alvo de oposicionistas. Nas eleições municipais, foi considerada um "elefante branco" por quase todos os candidatos.
José Roberto Marinho, um dos filhos do empresário, disse ao secretário das Culturas, Ricardo Macieira, em carta datada de quinta, que a família constatou que "o vínculo, mesmo que indireto com nosso grupo de comunicação e com um nome tão forte pode significar certo empecilho na obtenção de patrocínios vindos, especialmente, de outras empresas com interesse na mesma área".
A carta foi publicada no "Diário Oficial" do Rio ontem, junto ao decreto renomeando o complexo de, simplesmente, Cidade da Música.
"Fique certo o amigo que o que nos move é exclusivamente o espírito de somar, de colaborar para que o Rio tenha em breve um centro para música que seja motivo de orgulho para a cidade, para o Estado e para o país", diz a carta.
A homenagem fora decidida logo após a morte do jornalista, em agosto de 2003, primeiro ano da obra. No dia 8 daquele mês, um decreto nomeou o complexo Cidade da Música Roberto Marinho.
Maia afirmou, por e-mail, não acreditar que as críticas tenham influenciado na decisão da família. "A carta é explicativa e me convenceu."
Questionadas sobre o motivo do pedido a uma semana da inauguração, as Organizações Globo afirmaram que a carta dá a sua posição sobre o caso, também não respondendo se há relação com a polêmica sobre os custos da obra.
O valor supera, ao menos, 30% do previsto. Os contratos e seus aditivos comprometem R$ 518,5 milhões. Em junho de 2007, o custo estimado era de cerca de R$ 400 milhões.


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