São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 2008

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Levantamento mostra que mais de 30% das cidades têm favelas

DA SUCURSAL DO RIO

O termo favela surgiu em 1897, quando ex-combatentes da Guerra de Canudos regressaram ao Rio e ergueram construções precárias no morro da Providência, no centro. Passados 111 anos, favelas, palafitas e assemelhados estão presentes em um terço das cidades brasileiras, segundo o IBGE.
Em 33% dos 5.554 municípios brasileiros, seus gestores declararam a existência de favelas -tipo de moradia que não foi conceituado pelo IBGE, que pesquisou apenas a percepção do gestor sobre o problema. O instituto também não levantou o número de favelas por cidade.
Nas 37 cidades com mais de 500 mil habitantes, apenas uma, Cuiabá, declarou não ter favelas em seu território. No Censo de 2000, porém, o IBGE constatou, por meio de informações próprias, a presença de três aglomerados subnormais de casas na capital -conceito usado pelo instituto para definir moradias precárias.
"É de certo modo de se espantar com o fato de Cuiabá não ter favelas. Isso porque todos os grandes municípios têm. Mas a pesquisa reflete a visão do gestor", disse Vânia Maria Pacheco, gerente da Munic.
Para a prefeitura, no entanto, esses bairros são "conjuntos habitacionais em situação de pobreza", e não favelas. "Favelas são locais onde se vive em situações subumanas", define.
O fato é que, quanto maior a cidade, mais freqüente é o problema da favelização. Na faixa acima de 100 mil habitantes, 84,7% das cidades relatam a existência de favelas. Nas com população até 50 mil, o percentual ficou em 27,7%.
Para Dulce Pandolfi, socióloga da FGV, o dado informado pelos prefeitos pode estar subestimado, pois há a tendência de esconder o problema.


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