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Levantamento mostra que mais de 30% das cidades têm favelas
DA SUCURSAL DO RIO
O termo favela surgiu em
1897, quando ex-combatentes
da Guerra de Canudos regressaram ao Rio e ergueram construções precárias no morro da
Providência, no centro. Passados 111 anos, favelas, palafitas e
assemelhados estão presentes
em um terço das cidades brasileiras, segundo o IBGE.
Em 33% dos 5.554 municípios brasileiros, seus gestores
declararam a existência de favelas -tipo de moradia que não
foi conceituado pelo IBGE, que
pesquisou apenas a percepção
do gestor sobre o problema. O
instituto também não levantou
o número de favelas por cidade.
Nas 37 cidades com mais de
500 mil habitantes, apenas
uma, Cuiabá, declarou não ter
favelas em seu território. No
Censo de 2000, porém, o IBGE
constatou, por meio de informações próprias, a presença de
três aglomerados subnormais
de casas na capital -conceito
usado pelo instituto para definir moradias precárias.
"É de certo modo de se espantar com o fato de Cuiabá
não ter favelas. Isso porque todos os grandes municípios têm.
Mas a pesquisa reflete a visão
do gestor", disse Vânia Maria
Pacheco, gerente da Munic.
Para a prefeitura, no entanto,
esses bairros são "conjuntos
habitacionais em situação de
pobreza", e não favelas. "Favelas são locais onde se vive em situações subumanas", define.
O fato é que, quanto maior a
cidade, mais freqüente é o problema da favelização. Na faixa
acima de 100 mil habitantes,
84,7% das cidades relatam a
existência de favelas. Nas com
população até 50 mil, o percentual ficou em 27,7%.
Para Dulce Pandolfi, socióloga da FGV, o dado informado
pelos prefeitos pode estar subestimado, pois há a tendência
de esconder o problema.
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