|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Partido aponta risco de prejuízos
DA FOLHA CAMPINAS
O presidente do PT em São
Paulo, Paulo Frateschi, admite
que "determinados gestos políticos dos prefeitos petistas" podem
prejudicar o partido nas eleições
presidenciais de 2002.
"Toda imagem na mídia tem
consequência, positiva ou negativa. Esse é um risco que temos de
correr." O PT pediu aos novos
prefeitos que não substituam a
política por marketing pessoal,
segundo o presidente estadual.
"Mas confiamos naqueles que são
bons de mídia", disse.
"Se a ação de mídia enaltecer o
projeto político do PT, ótimo, se
não, o prejuízo vamos ver daqui a
dois anos", afirmou Frateschi.
O presidente nacional do partido, José Dirceu, disse que não
acha que os prefeitos petistas estejam agindo de forma populista.
Segundo ele, a orientação aos prefeitos é de que a imprensa tenha
sempre acesso às informações.
O presidente de honra do partido, Luís Inácio Lula da Silva, foi
procurado pela Folha na última
quarta-feira, mas disse que estava
em férias e que só falaria sobre o
assunto a partir de amanhã,
quando volta ao trabalho.
O deputado estadual do PT Renato Simões disse que existem
dois diferenciais: o modo petista
de governar e o modo petista de
fazer marketing.
"Nós aprendemos no governo a
dar visibilidade a questões sociais
e políticas que são relevantes para
o partido, criando fatos capazes
de sinalizar a nossa política."
"Não acho que isso é o factóide
do César Maia (prefeito petebista
do Rio de Janeiro). Não é o marketing do governante e sim o marketing de uma política municipal
que, se você não utiliza, ela acaba
ficando pouco transparente."
Ele disse concordar com Frateschi sobre o risco de criar factóides.
"Não podemos deixar que essas
ações descambem para a demagogia porque isso é típico dos partidos burgueses", disse.
Já o deputado federal Luciano
Zica (PT) acredita que "criar fato
é da natureza da ação política".
Ele admite que também há risco.
"Na política, tudo é arriscado."
O prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos (PT), nega ter
conhecimento da "cartilha" e afirma que não mudou seu comportamento depois de eleito.
"Todas as minhas atitudes não
são propositais, eu já as tomava
antes. Só que agora a mídia dá
destaque porque sou prefeito."
Toninho, que afirma ser um político não-profissional, nega ainda
que tenha recebido qualquer
orientação do partido sobre a forma de agir. "Sou completamente
contra o uso de factóides."
O prefeito Marco Aurélio de
Souza, de Jacareí, também nega
que suas ações indiquem uma
postura populista. "Faço o que todo prefeito comprometido com a
população faria", afirma o petista.
Antônio Palocci Filho é outro
que descarta os factóides. "Seria
se eu tivesse ido aos lugares e
anunciado coisas. Estou visitando
com uma pessoa da Secretaria de
Infra-Estrutura que anota tudo o
que precisa ser feito."
Para ele, é muito melhor ir ao local e conhecer a realidade de perto
do que ficar sabendo apenas por
meio de assessores. "Ver os problemas diretamente é essencial."
O prefeito de São Carlos, Newton Lima, afirma que a população
já percebeu que suas atitudes estão longe do populismo. "Vamos
estabelecer canais de comunicação", anuncia.
Edinho Silva, de Araraquara,
diz que os prefeitos petistas, tradicionalmente, facilitam o acesso
do contribuinte ao governo.
"A população precisa saber o
que é seu direito e onde tem de
procurá-lo. A solução dos problemas tem de ser institucionalizada", afirma Edinho.
Texto Anterior: Falcão quer facilitar o acesso dos vereadores a dados da prefeitura Próximo Texto: Para professores, ações são efêmeras Índice
|