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Secretário pretende garantir apoio da Câmara
Falcão quer facilitar o acesso dos vereadores a dados da prefeitura
DA REPORTAGEM LOCAL
A administração de Marta Suplicy (PT) promete facilitar o
acesso dos vereadores às informações técnicas da Prefeitura de São
Paulo. Segundo o secretário de
Governo, Rui Falcão, essa é uma
das medidas principais para garantir apoio na Câmara.
"É um sinal de transparência do
Executivo e um gesto de aproximação com a Câmara. Estou restabelecendo uma obrigação legal
da prefeitura. Não temos nenhuma razão para omitir informações", disse Falcão.
Vereadores solicitam informações sobre a máquina pública para elaborar projetos ou apontar
problemas na prefeitura.
A retomada dessa comunicação
foi o primeiro ato de Falcão como
secretário na tentativa de formar
uma base de sustentação do governo com maioria na Câmara.
Falcão pretende acompanhar de
perto as movimentações do Poder
Legislativo. Segundo ele, serão
nomeados um líder e dois vice-líderes do governo e a prefeitura
ainda terá uma assessoria parlamentar para acompanhar o dia-a-dia da Câmara Municipal.
"Se não tiver maioria, fica muito
difícil", disse o secretário. Para
ele, o governo de Marta deve começar a legislatura, em fevereiro,
com uma maioria de pelo menos
31 vereadores de um total de 55.
Esse foi o grupo que garantiu a
eleição de José Eduardo Cardozo
(PT) à presidência da Câmara.
"Votos que foram em direção
de outro candidato (Roberto Tripoli, do PSDB) podem estar com
o governo", disse Falcão.
O trabalho do secretário poderá
ser testado na primeira sessão ordinária da Câmara do ano, em fevereiro, quando o PT pretende
derrubar o veto de Pitta a um artigo do Orçamento de 2001.
A emenda garantia que Marta
realocasse verbas para pagar dívidas sem comprometer a margem
oficial de remanejamento (possibilidade de redistribuir dinheiro
do Orçamento sem consultar a
Câmara) de 15%. O veto pode engessar as contas da prefeita, segundo os petistas.
Falcão disse que teve apenas um
papel secundário na vitória de
Cardozo na Câmara. "Na fase da
eleição da Mesa, os vereadores me
procuravam, telefonavam, e eu
recebia todos. Mas eu tive só um
papel complementar", disse.
Segundo Falcão, um secretário
de Governo tem de aparecer pouco. "Quanto menos a secretaria de
Governo aparece, mais ela está
funcionando, porque ela faz articulação. É um trabalho de costura, e não de criação de fatos."
A posição de Falcão contrasta
com o estilo do secretário de Governo da gestão Celso Pitta, Arnaldo Faria de Sá, que pautou sua
atuação por medidas como o fechamento de bares a partir de 1h
ou a retirada de propaganda política das ruas, operações que costumava comandar pessoalmente.
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