São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2001

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Secretário pretende garantir apoio da Câmara

Falcão quer facilitar o acesso dos vereadores a dados da prefeitura



DA REPORTAGEM LOCAL

A administração de Marta Suplicy (PT) promete facilitar o acesso dos vereadores às informações técnicas da Prefeitura de São Paulo. Segundo o secretário de Governo, Rui Falcão, essa é uma das medidas principais para garantir apoio na Câmara.
"É um sinal de transparência do Executivo e um gesto de aproximação com a Câmara. Estou restabelecendo uma obrigação legal da prefeitura. Não temos nenhuma razão para omitir informações", disse Falcão.
Vereadores solicitam informações sobre a máquina pública para elaborar projetos ou apontar problemas na prefeitura.
A retomada dessa comunicação foi o primeiro ato de Falcão como secretário na tentativa de formar uma base de sustentação do governo com maioria na Câmara.
Falcão pretende acompanhar de perto as movimentações do Poder Legislativo. Segundo ele, serão nomeados um líder e dois vice-líderes do governo e a prefeitura ainda terá uma assessoria parlamentar para acompanhar o dia-a-dia da Câmara Municipal.
"Se não tiver maioria, fica muito difícil", disse o secretário. Para ele, o governo de Marta deve começar a legislatura, em fevereiro, com uma maioria de pelo menos 31 vereadores de um total de 55. Esse foi o grupo que garantiu a eleição de José Eduardo Cardozo (PT) à presidência da Câmara.
"Votos que foram em direção de outro candidato (Roberto Tripoli, do PSDB) podem estar com o governo", disse Falcão.
O trabalho do secretário poderá ser testado na primeira sessão ordinária da Câmara do ano, em fevereiro, quando o PT pretende derrubar o veto de Pitta a um artigo do Orçamento de 2001.
A emenda garantia que Marta realocasse verbas para pagar dívidas sem comprometer a margem oficial de remanejamento (possibilidade de redistribuir dinheiro do Orçamento sem consultar a Câmara) de 15%. O veto pode engessar as contas da prefeita, segundo os petistas.
Falcão disse que teve apenas um papel secundário na vitória de Cardozo na Câmara. "Na fase da eleição da Mesa, os vereadores me procuravam, telefonavam, e eu recebia todos. Mas eu tive só um papel complementar", disse.
Segundo Falcão, um secretário de Governo tem de aparecer pouco. "Quanto menos a secretaria de Governo aparece, mais ela está funcionando, porque ela faz articulação. É um trabalho de costura, e não de criação de fatos."
A posição de Falcão contrasta com o estilo do secretário de Governo da gestão Celso Pitta, Arnaldo Faria de Sá, que pautou sua atuação por medidas como o fechamento de bares a partir de 1h ou a retirada de propaganda política das ruas, operações que costumava comandar pessoalmente.


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