|
Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Prefeita pede convocação extraordinária da Câmara para votar projeto que limita reajuste em 25%
Marta agora quer teto para o IPTU
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de as novas regras para
cobrança do IPTU 2003 já terem
sido aprovadas pela Câmara Municipal e de a prefeitura até já ter
divulgado o calendário de distribuição dos carnês do imposto, a
administração Marta Suplicy
(PT) agora quer que o Legislativo
convoque extraordinariamente
os vereadores para fazer mudanças no tributo.
A idéia é adotar, já em 2003, um
teto de reajuste de 20% para residências e de 25% para imóveis
não-residenciais. Segundo o líder
do governo na Câmara, José Mentor (PT), a medida beneficiaria
cerca de 130 mil dos 2,5 milhões
de contribuintes do imposto.
Em receita, a medida significaria abrir mão de cerca de R$ 80
milhões de arrecadação com o
Imposto Predial e Territorial Urbano -a última previsão era de
que o tributo renderia cerca de R$
1,96 bilhão neste ano.
Silêncio
O IPTU de 2003 foi aprovado no
final de 2002, por 32 votos a 13.
Até ontem, a administração dizia
que a legislação já aprovada provocaria aumentos de até 35%. Ontem, nenhum integrante do governo anunciou oficialmente o
motivo de uma nova proposta ter
sido apresentada à Câmara.
No total, pelo que a administração havia divulgado, 250 mil contribuintes receberiam carnês com
reajuste acima dos 7% de correção na Planta Genérica de Valores, que estabelece os valores venais dos imóveis -a base de cálculo do imposto.
Mas um estudo detalhado com
a porcentagem de reajustes que
recairia sobre cada parcela dos
contribuintes nunca foi divulgado
pela administração, como foi feito
no primeiro ano de cobrança do
IPTU progressivo, em 2002.
Em cima da hora
A nova proposta só chegou ao
conhecimento do Legislativo ontem, mesmo dia em que foi enviado à Câmara ofício da prefeita pedindo a convocação extraordinária dos vereadores. Além da mudança do IPTU, o Executivo quer
que outros 12 projetos sejam votados (leia texto nesta página).
No caso do IPTU, como a mudança ainda depende de duas votações na Câmara e de audiências
públicas, nada garante que seja
cumprido o prazo de entrega dos
carnês e de vencimentos do imposto, divulgados ontem.
Pelo cronograma divulgado, os
carnês começam a ser entregues
pelos Correios no próximo dia 3
(leia texto abaixo). Mas, se as discussões e as obstruções que levaram os vereadores a ter sessões na
madrugada no final do ano passado se repetirem agora, a programação feita pela administração
pode ficar inviabilizada.
Tramitação
O risco decorre dos prazos de
votações. Marta quer que a convocação extraordinária dos vereadores, que ficariam em recesso até
o próximo dia 3, comece amanhã.
Ainda que isso seja feito, o projeto que muda o IPTU exige que
duas audiências públicas, com intervalo de dez dias entre a primeira e a segunda, sejam feitas para a
proposta ter condições de ser votada em plenário.
Apesar das dificuldades, o líder
do governo na Câmara disse ontem que está otimista. Segundo
Mentor, será possível conseguir a
aprovação das mudanças no IPTU a tempo de os carnês serem
enviados aos contribuintes.
Próximo Texto: Isentos serão notificados Índice
|