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TAXA DO LIXO
Rede de supermercados Pão de Açúcar teve de contratar seguranças para evitar o desvio de material entregue
Latas são furtadas de pontos de reciclagem
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das grandes preocupações
da equipe envolvida com o projeto de reciclagem da rede de supermercados Pão de Açúcar tem sido
a segurança dos locais de entrega
do lixo reaproveitável. Atraídos
pelo valor de mercado do alumínio, ladrões começaram a furtar
latinhas que eram deixadas pela
população nos postos de entrega
dos supermercados da rede.
Não há uma estimativa do número de furtos e nem da quantidade levada pelos ladrões, mas as
ocorrências já foram suficientes
para a contratação de "fiscais do
lixo", funcionários que tomam
conta do material até a chegada
do caminhão que vai levá-lo.
"Antes, deixávamos as gaiolas
[recipientes onde ficam armazenadas as latinhas" sem proteção
nenhuma. Depois do sumiço de
muitas latinhas, tivemos que melhorar a segurança", afirma Sônia
Manastan, 40, gerente de marketing institucional do grupo.
Criado em abril de 2001, o projeto de reciclagem do Pão de Açúcar
é hoje uma das principais alternativas para a entrega de embalagens em São Paulo, especialmente
para os moradores da zonas sul e
oeste da capital, onde se concentra a maioria das lojas da rede.
Nesses quase dois anos, as estações de reciclagem receberam
1.800 toneladas de material -papel (54%), vidro (21,3%), plástico
(20%) e metais (5,2%)-, de acordo com Manastan. Ela afirma que,
até junho, todos os 65 supermercados da rede na capital paulista
deverão ter pontos de entrega de
embalagens recicláveis.
Atualmente, o projeto está implantado em quase metade das lojas e emprega cem pessoas. Parte
do material recolhido vai para
cooperativas de catadores. Outra
parte é vendida, e o dinheiro, investido no próprio programa.
A meta para 2003 é que cada loja
recolha mensalmente, no mínimo, dez toneladas de lixo reciclável. Para isso, além da distribuição
de material de divulgação sobre o
projeto, o grupo pretende realizar
promoções com brindes de plástico e vidro, em parceria com as indústrias que trabalham com esse
tipo de material, para atrair a
atenção do consumidor.
Um dos termômetros para medir o engajamento dos moradores
em projetos de reciclagem de lixo
é o aumento das vendas de lixeiras residenciais destinadas à coleta seletiva em São Paulo.
Na loja Só Lixeiras, a procura
por lixeiras coloridas para papel,
plástico, metal, vidro, alumínio e
lixo orgânico aumentou 90%, segundo estimativa do diretor Tarlei Vatanabe. Existem modelos
para todos os gostos e bolsos: de
R$ 8 a cerca de R$ 200.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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