São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2004

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VIOLÊNCIA

Acusado de 12 mortes pode ter matado mais 6

TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA

Adriano da Silva, 25, que confessou ter matado 12 adolescentes no Rio Grande do Sul, pode estar envolvido em outras seis mortes, ocorridas no município de Rio Claro (180 km de São Paulo).
Ontem, a reconstituição, em Passo Fundo, da morte de Volnei Siqueira dos Santos, 12, não foi realizada. Silva, que havia confessado o assassinato do garoto, voltou atrás e disse tê-lo violentado sexualmente, mas não matado.
Em Rio Claro, o delegado Joaquim Dias Alves pediu para que a Justiça reabrisse seis casos de assassinato no município em 2003 e também requisitou informações à polícia gaúcha sobre Silva.
As características das mortes e descrições do suspeito feitas por testemunhas são muito semelhantes às do Rio Grande do Sul. Dois dos casos eram dados como concluídos e um homem havia sido condenado.
No Rio Grande do Sul, 20 pessoas estão presas ou respondem a processos. Apesar das confissões de Silva, a polícia diz ter indícios do envolvimento dos 20.
O secretário da Justiça e Segurança do Estado, José Otávio Germano, disse que todos os casos serão reabertos e reavaliados com as novas circunstâncias. As pessoas permanecerão presas devido às provas já juntadas contra elas.
O principal caso é o do assassinato de Douglas de Oliveira Hass, 10. Quatro homens e duas mulheres estão presos acusados pela morte. No seu depoimento, Silva disse que enterrou um corpo sob uma churrasqueira, em Soledade.
Na quinta-feira, a polícia encontrou um corpo em adiantado estado de decomposição no exato lugar indicado por Silva.
Em outro caso, sete rapazes foram indiciados pela morte de Volnei Siqueira dos Santos ocorrida em julho, em Passo Fundo. O grupo havia sido preso, mas foi liberado pela Justiça.
O resultado do exame de DNA do sangue e esperma encontrados no corpo da vítima deu negativo na confrontação com o material coletado dos suspeitos. Mas o exame com o material colhido de Silva deu positivo.
Ainda em Passo Fundo, um representante comercial, de 48 anos, está preso desde setembro. Ele responde pelo assassinato de Jéferson Borges Silveira, 10.
Em dois depoimentos, ele confessou que esteve num hotel da cidade acompanhado por um menor e que o levou até um matagal. O homem disse que usou um fio de luz para apertar o pescoço do garoto. Ele alega que a vítima não era Silveira. Em Soledade, quatro pessoas foram indiciadas e dois adolescentes respondem a procedimento especial pelas mortes de quatro crianças.
Ontem, Silva negou as mortes de Silveira e João Marcos Godois, 12, de Soledade.


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