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ADMINISTRAÇÃO
Oposição queria comissão para apurar contratos com empresas acusadas pelos próprios petistas de irregularidades
PT volta a barrar investigação do lixo
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT conseguiu ontem, pela segunda vez, evitar uma investigação dos vereadores sobre os contratos da Prefeitura de São Paulo
com empresas de limpeza urbana.
No começo de fevereiro, vereadores governistas impediram a
criação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) do Lixo, defendida pela oposição, ao
negociar com lideranças de outros partidos. Foram criadas cinco CPIs, excluindo a do lixo.
Ontem, Dalton Silvano (PSDB)
apresentou o pedido para criação
de uma comissão especial de estudos para apurar os contratos de lixo. A principal investigação seria
sobre o contrato emergencial da
prefeita Marta Suplicy (PT) com
empresas de lixo acusadas de várias irregularidades, como superfaturamento, pelo próprio PT. A
Enterpa, uma das empresas que
se beneficiaram com o contrato,
foi a maior doadora da campanha
de Marta, com R$ 500 mil.
A comissão especial não tem o
poder convocatório e policialesco
de uma CPI, mas era a única alternativa encontrada pela oposição
para apurar as denúncias.
Mas o líder do governo, José
Mentor (PT), solicitou o adiamento da votação por três sessões. A proposta foi aprovada por
30 votos contra 18.
O PT contou com votos de antigos aliados, como o PC do B, e de
partidos que deram sustentação
ao ex-prefeito Celso Pitta (PTN),
como PTB, PL e PMDB. A oposição somou os votos do PSDB,
PPB e parte do PMDB.
"O PT está querendo colocar o
lixo para debaixo do tapete.
Quem sempre defendeu a investigação não pode ter medo dela",
afirmou o líder do PSDB na Câmara, Gilberto Natalini.
Além do adiamento, os governistas não pretendem permitir a
criação da comissão especial.
"Não entendo por que o PT não
quer abrir essa caixa-preta", disse
Roberto Tripoli (PSDB).
O próprio PT propôs a CPI do
Lixo, mas defendeu que o tema ficasse de fora das cinco comissões
consideradas prioritárias. A CPI
do Lixo foi para a fila de espera
com outros sete temas, sem nenhuma garantia de instauração.
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