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MENOR INFRATOR
350 trabalhadores do complexo de Franco da Rocha, onde houve rebelião domingo, prometem parar as 7h de hoje
Funcionários anunciam greve na Febem
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 350 funcionários do complexo da Febem (Fundação Estadual
do Bem-Estar do Menor) em
Franco da Rocha, na Grande São
Paulo, prometem parar hoje, a
partir das 7h.
A decisão foi tomada ontem à
noite porque a presidência da entidade não atendeu às reivindicações para melhorar a segurança
no trabalho. Segundo Antonio
Gilberto da Silva, presidente do
sindicato, ninguém entrará na
unidade. "Se eles quiserem, que
coloquem a Polícia Militar para
tomar conta dos internos."
No domingo, uma rebelião no
complexo, iniciada após tentativa
de resgate, acabou com a morte
de um agente de segurança. Também ficaram feridas 33 pessoas
(12 internos e 21 funcionários).
Depois do motim, os trabalhadores enviaram à Febem uma
pauta de exigências, incluindo a
colocação de policiamento armado no lado de fora do prédio, a
instalação de câmaras e guaritas e
a redução da quantidade de menores internados na unidade.
Eles também querem que monitores sejam treinados e recebam
capacetes e escudos para conter
os menores durante as rebeliões.
A resposta da Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social não agradou à categoria. O
governo estadual não confirmou
a aceitação das reivindicações e
adiou para 15 de abril a rodada de
negociações para discutir salários
e benefícios. "Só voltaremos
quando eles resolverem atender
nossos pedidos", disse Silva.
O sindicato também promete
para amanhã, às 9h, uma assembléia geral para discutir a possibilidade de paralisação nas demais
unidades da Febem.
Ontem, a juíza Maria Aparecida
Pellegrina, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), concedeu
uma liminar, a pedido da direção
da Febem, determinando a manutenção de pelo menos 70% dos
trabalhadores em todas as unidades da instituição.
Na interpretação do presidente
do sindicato, a paralisação em
Franco da Rocha não significa
descumprimento dessa decisão.
"É uma manifestação, um protesto. Será só nesse complexo. Os
funcionários das outras unidades,
que são maioria, vão trabalhar
normalmente." O TRT afirma
que, se houver paralisação de
mais de 30% dos funcionários, será marcado um julgamento para
definir uma multa diária.
As assessorias do secretário da
Assistência e Desenvolvimento
Social, Edsom Ortega, e do presidente da Febem, Saulo Castro de
Abreu Filho, não foram encontradas ontem à noite para comentar
a decisão dos funcionários.
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