São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2001

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MENOR INFRATOR

350 trabalhadores do complexo de Franco da Rocha, onde houve rebelião domingo, prometem parar as 7h de hoje

Funcionários anunciam greve na Febem

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 350 funcionários do complexo da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, prometem parar hoje, a partir das 7h.
A decisão foi tomada ontem à noite porque a presidência da entidade não atendeu às reivindicações para melhorar a segurança no trabalho. Segundo Antonio Gilberto da Silva, presidente do sindicato, ninguém entrará na unidade. "Se eles quiserem, que coloquem a Polícia Militar para tomar conta dos internos."
No domingo, uma rebelião no complexo, iniciada após tentativa de resgate, acabou com a morte de um agente de segurança. Também ficaram feridas 33 pessoas (12 internos e 21 funcionários).
Depois do motim, os trabalhadores enviaram à Febem uma pauta de exigências, incluindo a colocação de policiamento armado no lado de fora do prédio, a instalação de câmaras e guaritas e a redução da quantidade de menores internados na unidade.
Eles também querem que monitores sejam treinados e recebam capacetes e escudos para conter os menores durante as rebeliões.
A resposta da Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social não agradou à categoria. O governo estadual não confirmou a aceitação das reivindicações e adiou para 15 de abril a rodada de negociações para discutir salários e benefícios. "Só voltaremos quando eles resolverem atender nossos pedidos", disse Silva.
O sindicato também promete para amanhã, às 9h, uma assembléia geral para discutir a possibilidade de paralisação nas demais unidades da Febem.
Ontem, a juíza Maria Aparecida Pellegrina, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), concedeu uma liminar, a pedido da direção da Febem, determinando a manutenção de pelo menos 70% dos trabalhadores em todas as unidades da instituição.
Na interpretação do presidente do sindicato, a paralisação em Franco da Rocha não significa descumprimento dessa decisão.
"É uma manifestação, um protesto. Será só nesse complexo. Os funcionários das outras unidades, que são maioria, vão trabalhar normalmente." O TRT afirma que, se houver paralisação de mais de 30% dos funcionários, será marcado um julgamento para definir uma multa diária.
As assessorias do secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, Edsom Ortega, e do presidente da Febem, Saulo Castro de Abreu Filho, não foram encontradas ontem à noite para comentar a decisão dos funcionários.


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