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Esporte e lazer tiram crianças do lixão de Natal
DA AGÊNCIA FOLHA
Natal (RN) é a cidade, segundo
pesquisa do Unicef, que mais retirou crianças do trabalho em lixões no país nos últimos 21 meses.
Foram 510 crianças. O bom desempenho se deve, de acordo com
a secretária municipal de Trabalho e Ação Social, Graça Mota, a
ações integradas de esporte, lazer,
educação e geração de renda.
"Em um diagnóstico feito em
abril de 1999, constatamos 510 no
lixão de Cidade Nova (região oeste), provenientes de três bairros
do entorno", disse a coordenadora do departamento de Atenção à
Criança e ao Adolescente, Maria
José de Medeiros.
Segundo ela, a prefeitura mantém hoje 12 núcleos, abrigos e
programas de resgate da cidadania às crianças, adolescentes e
suas famílias.
Entre os programas estão o de
Erradicação do Trabalho Infantil,
com verba do governo federal
-que oferta mil bolsas-escola no
valor de R$ 40 e beneficia 534
crianças (510 famílias, com no
máximo quatro filhos), e o Tributo à Criança, que atende 9.500
crianças, coordenado pela Secretaria da Educação do município.
Criado em 1997, esse último
programa foi o carro-chefe da
campanha de reeleição da prefeita
Wilma de Faria (PSB). "A condição de frequência dos núcleos,
que não atendem só egressos do
lixão, é que todos estudem na rede oficial de ensino. Suas famílias
recebem bolsas de meio salário
mínimo", afirmou Medeiros.
Curitiba
Atividades recreativas e educacionais são as alternativas oferecidas pela Prefeitura de Curitiba às
crianças que trabalhavam catando lixo nas ruas e foram incluídas
no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil).
O programa foi implantado em
agosto de 2000 e atende hoje 488
crianças -ou 372 famílias.
Como em Curitiba não há lixões, o trabalho é direcionado a
famílias que coletam de material
reciclável nas ruas da cidade
-principalmente latas e papel.
Cada família recebe mensalmente uma bolsa de R$ 40 por
criança, mas o benefício pode ser
suspenso se as exigências do programa não forem cumpridas.
Uma delas é que as crianças participem dos chamados "programas de contraturno": atividades
extra-escolares de caráter recreativo (aulas de capoeira), cultural
(aulas de dança e artes plásticas)
ou de formação para a cidadania.
Outra exigência é que a criança
seja mantida -ou reinserida-
no sistema formal de ensino e que
frequente regularmente a escola.
Além disso, os pais não podem
mais levar as crianças como
acompanhantes -ou, em alguns
casos, como agentes- em atividades de coleta de lixo nas ruas.
"Cerca de 80% das crianças que
hoje moram na rua se fixaram na
rua a partir de alguma atividade
geradora de renda, como engraxar sapato, vender doces ou catar
lixo", afirma Rosângela de Bárbara da Silva, gerente do departamento de Integração Social da
Criança e do Adolescente.
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