FERNANDA NAGATOMI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Embratel é campeã em número de reclamações no Procon-SP (Fundação Proteção e Defesa do Consumidor), com 1.255 queixas no ano passado, deixando a Telefônica, quatro anos consecutivos na primeira posição, em quarto lugar com 863 reclamações.
Segundo a diretora de atendimento do Procon-SP, Maria Lumena Sampaio, a maioria das reclamações da Embratel foi gerada porque o usuário de internet, ao acessar sites eróticos ou de jogos, se desconecta, sem perceber, do provedor local e se conecta a um provedor estrangeiro. Assim, a conta de telefone fica mais alta, já que os pulsos são cobrados como ligação internacional.
Das 376.553 reclamações, 22,12% delas são do setor de telefonia. Além da Embratel e da Telefônica, a Telesp Celular, com 304 queixas, é a 10ª colocada entre as empresas que receberam mais reclamações.
Sampaio afirma que a Telefônica tem muitas reclamações de assinantes do Speedy e pelo fato de a empresa cobrar tarifas adicionais para a aquisição de linha telefônica em regiões periféricas da cidade de São Paulo. Outro fato mencionado é a não-discriminação de pulsos, que sempre foi uma das reclamações do serviço.
Outro dado que chama a atenção é que, entre as dez primeiras, metade é do setor de serviço essencial. Além da telefonia, há a Eletropaulo e a Sabesp, com 653 (5ª) e 328 (7ª) queixas, respectivamente. Quanto à Eletropaulo, a nova classificação dos consumidores de baixa renda foi o principal motivo do aumento de reclamações. De acordo com o Procon, essa nova tarifa exclui boa parte da população carente.
No setor financeiro, duas empresas se destacam em número de reclamações: a Sul América Capitalização, com 1.041 queixas (2ª), e a Credisul (empresa de cobrança), com 927 (3ª). Sampaio diz que, no caso da Sul América Capitalização, o consumidor compra o título de capitalização pensando que está fazendo um financiamento para compra de carro ou casa própria.
A Kolumbus Móveis, com 311 queixas, na 8ª posição, e a LG Eletronics, em 9º lugar com 308 reclamações, são as duas empresas do setor de produtos com mais reclamações no Procon. A 6ª posição é da Fazendinha Club (clube social), com 337 queixas registradas. Das dez empresas que tiveram mais reclamações, apenas três não são fiscalizadas por agência reguladora. Alexandre de Moraes, secretário de Justiça do Estado de São Paulo, disse que o aumento dessas queixas ocorre porque as agências não cumprem o seu papel de fiscalização.


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