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"Só sendo um monstro", diz a mãe da menina assassinada
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOINVILLE
Uma cena imaginária do momento em que sua menina está
nas mãos do assassino é o que a
dona-de-casa Andréia Pereira,
26, diz que mais atormenta
seus pensamentos desde o dia
3, quando sua filha de um ano e
seis meses, Gabrielli Eichholz,
foi estuprada e morta no templo de uma igreja adventista.
""É só o que me vem à cabeça.
Não durmo, não como. Como
uma pessoa vê um bebê ali e faz
o que fez? Só sendo um monstro", desabafa. ""Nem em filme
acho que vi tanta crueldade."
Aliviada com a prisão do suspeito do crime, Andréia diz que
deseja a ele a pena máxima. ""E
que cumpra até o último dia"
do tempo a que for condenado.
""Hoje, se é dez anos [de condenação], deixam por dois. Se é
30, por dez. Se ele for condenado a 30 anos ou mais, tem que
ficar na prisão até o último dia",
diz. ""Que ele pague, é só o que
pode me consolar um pouco."
A mãe conta que a menina
completaria um ano e sete meses anteontem, dia em que o
pedreiro Oscar Gonçalves Rosário, 22, foi preso em Canoinhas (SC) e, segundo a polícia,
confessou o crime.
Andréia afirma que a família
é evangélica freqüentadora da
Assembléia de Deus. Gabrielli
foi levada pela prima para o
templo ainda em construção da
igreja adventista da rua.
Aos filhos Guilherme, de seis
anos e 11 meses, e Gustavo, de
dois anos e dez meses, ela diz
que a irmã morreu ao cair no
tanque batismal da igreja.
""Foi essa a versão que ouvi de
dois homens engravatados
[pastores] que vieram aqui
quando minha filha foi levada
para o hospital. Mas resistir ao
afundamento do crânio e dilacerada por dentro, como foi encontrada, só se ela fosse de ferro. E só era um bebê pequenino, pesava nove quilos."
Os pastores do templo onde
Gabrielli morreu não deram
entrevistas nem permitiram
acesso ao local.
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