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Morador denuncia ameaça
FELIPE WERNECK
da Sucursal do Rio
Ex-moradores do edifício Palace 2, implodido há duas semanas na Barra da Tijuca (zona sul do Rio), dizem ter recebido telefonemas anônimos
durante a madrugada. Pelo
menos um deles afirma que foi
ameaçado de morte.
Os moradores são Afonso
Ferrario, que teria sido ameaçado, e Maria de Lurdes Rocha
da Silva, que diz ter recebido
ligações anônimas. Outra
ex-moradora, que não quis se
identificar, também afirmou
ter sido acordada durante a
madrugada por telefonemas.
O professor Afonso Ferrario
disse que, ao atender a seu telefone celular, na semana passada, teria escutado: "Se você
não calar a boca, vamos fechá-la de outra maneira". Ele
não quis avisar o fato à polícia.
Ferrario é um dos representantes dos ex-moradores que
foram a Brasília reivindicar a
cassação do mandato do deputado federal Sérgio Naya, dono
da Sersan. Ele entregou um pedaço do prédio ao presidente
Fernando Henrique Cardoso.
"Isso deve ser coisa de aproveitadores, de gente que quer
desestabilizar o movimento.
Minha vida continuou normalmente".
A única mudança foi ter colocado uma "pessoa de confiança" para acompanhar sua
mulher e seus filhos.
Eles receberam da Sersan um
quarto no hotel Savoy, em Copacabana (zona sul), mas estão
dormindo em um apartamentos de familiares. Denise disse
que seus filhos estão sabendo
da ameaça e que eles "são bem
adultos e estão ótimos". Os
pais levam e buscam os dois no
colégio.
Para Denise, seu marido fez
declarações, em Brasília, que
"acusaram e entraram muito
no campo político". A família
pretende mudar o número do
telefone.
A advogada Maria de Lurdes
Rocha da Silva, 67, também fez
parte da comissão que foi pedir
providências ao presidente. Ela
está hospedada no hotel Savoy.
Na quarta-feira passada, seu
telefone tocou três vezes durante a madrugada. "Isso é
uma tortura mental. Me acordaram às 2h, 4h e 5h, eu não
consegui dormir. Por que alguém faria isso?"
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