São Paulo, domingo, 14 de abril de 2002

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"O político é melhor que o intelectual"

DA REPORTAGEM LOCAL

O novo secretário estadual da Educação de São Paulo foi um aluno muito aplicado na escola, nas duas faculdades, nos dois mestrados e nos dois doutorados que fez. Aos 32 anos, já escreveu 32 livros, sozinho e em co-autoria, sobre temas como educação, filosofia e ética de governo. Mas acabou se tornando melhor político do que intelectual.
A avaliação é de uma folclorista e professora aposentada de português, latim e grego, amiga de longa data da família Chalita, Ruth Guimarães, 81, que vive na cidade interiorana onde o secretário nasceu, Cachoeira Paulista (202 km a nordeste de São Paulo). Ela, que agora só se dedica ao hobby de escrever e que já prefaciou um dos livros de Chalita, diz que a obra do novo secretário não tem nada de original.
"São livros mais de citação de filosofia alheia do que da dele", diz a professora. Segundo ela, ele se dá bem melhor falando do que escrevendo. "O talento especial dele é o palanque, ele é bom nisso, é carismático, empolga. Ele é melhor político do que escritor, melhor em falar do que em escrever."
Apesar da crítica sobre a produção escrita, Ruth faz coro com ex-professores de Chalita e elogia sua conduta pessoal. "É muito especial, uma doçura de caráter."
O secretário tem uma outra característica, revela a professora da PUC-SP Olga de Sá, diretora do Instituto Santa Teresa e das Faculdades Integradas Teresa D'Ávila, de Lorena, onde Chalita fez sua graduação em filosofia e onde também foi professor. "Ele gosta de representar, dramatiza, sabe prender o público", diz Olga, que foi professora do secretário no curso de filosofia. Um talento que Chalita aprimorou em dois anos de curso de teatro.
De origem libanesa, Chalita quis ser padre (estudou em seminário), formou-se em duas faculdades (direito e filosofia), fez mestrados em direito e ciências sociais e doutorados em direito e comunicação e semiótica.
É solteiro, não tem filhos. Vai lançar o 33º livro em maio, uma homenagem às mães. Está trabalhando há cinco anos num romance sobre um velho que relembra suas perdas. (APF)


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