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"O político é melhor que o intelectual"
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo secretário estadual
da Educação de São Paulo
foi um aluno muito aplicado
na escola, nas duas faculdades, nos dois mestrados e
nos dois doutorados que fez.
Aos 32 anos, já escreveu 32
livros, sozinho e em co-autoria, sobre temas como educação, filosofia e ética de governo. Mas acabou se tornando melhor político do
que intelectual.
A avaliação é de uma folclorista e professora aposentada de português, latim e
grego, amiga de longa data
da família Chalita, Ruth Guimarães, 81, que vive na cidade interiorana onde o secretário nasceu, Cachoeira Paulista (202 km a nordeste de
São Paulo). Ela, que agora só
se dedica ao hobby de escrever e que já prefaciou um
dos livros de Chalita, diz que
a obra do novo secretário
não tem nada de original.
"São livros mais de citação
de filosofia alheia do que da
dele", diz a professora. Segundo ela, ele se dá bem melhor falando do que escrevendo. "O talento especial
dele é o palanque, ele é bom
nisso, é carismático, empolga. Ele é melhor político do
que escritor, melhor em falar
do que em escrever."
Apesar da crítica sobre a
produção escrita, Ruth faz
coro com ex-professores de
Chalita e elogia sua conduta
pessoal. "É muito especial,
uma doçura de caráter."
O secretário tem uma outra característica, revela a
professora da PUC-SP Olga
de Sá, diretora do Instituto
Santa Teresa e das Faculdades Integradas Teresa D'Ávila, de Lorena, onde Chalita
fez sua graduação em filosofia e onde também foi professor. "Ele gosta de representar, dramatiza, sabe
prender o público", diz Olga,
que foi professora do secretário no curso de filosofia.
Um talento que Chalita aprimorou em dois anos de curso de teatro.
De origem libanesa, Chalita quis ser padre (estudou
em seminário), formou-se
em duas faculdades (direito
e filosofia), fez mestrados
em direito e ciências sociais e
doutorados em direito e comunicação e semiótica.
É solteiro, não tem filhos.
Vai lançar o 33º livro em
maio, uma homenagem às
mães. Está trabalhando há
cinco anos num romance
sobre um velho que relembra suas perdas.
(APF)
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