São Paulo, domingo, 14 de abril de 2002

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CÃES E GATOS

Cuidados básicos podem evitar problemas de saúde pública causados por bichos e reduzir o número de sacrificados

Eventos promovem posse responsável de animais

DA REPORTAGEM LOCAL

Não troque seu cachorro por uma criança pobre. Aliás, se você decidiu ter um cachorro -ou qualquer outro animal de estimação-, não o troque por nada, e sim cuide bem dele, zelando pela sua boa saúde e bem-estar.
É essa a base do conceito de posse responsável, difundido há mais de 30 anos na Europa e nos Estados Unidos e que promete tornar-se uma prática comum também na capital paulista, onde vivem cerca de 1,5 milhão de cães e gatos.
Uma amostra de que o movimento veio para ficar e mudar o quadro dos cerca de cem animais abandonados que são sacrificados diariamente em São Paulo é que a cidade passa, neste fim de semana, por um "boom" de eventos pró-posse responsável.
Ontem a Secretaria Municipal da Saúde promoveu o seminário "Problema do Abandono de Animais na Cidade de São Paulo", com as presenças do titular da pasta, Eduardo Jorge, de especialistas do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e de ONGs.
Na ocasião, foi lançado também o primeiro site oficial sobre o tema no Brasil: o www.programasaudedoanimal.com.br. No mesmo dia, o shopping Pátio Higienópolis (centro) realizou mais uma edição da campanha "Calçada Limpa", para conscientizar moradores da região a recolher fezes deixadas por seus animais nas calçadas (um princípio da posse responsável).
Hoje o tema ganha um dia inteiro de atividades no Parque Vitória, zona norte.

Deveres
Não se trata de gastar centenas de reais em roupinhas na Daslulu (recém-lançada linha para cães da badalada butique paulistana Daslu), dizem especialistas, mas de cuidados básicos que podem evitar problemas de saúde pública causados por animais doentes e reduzir a "mortandade oficial".
"A posse responsável começa com a aquisição responsável", defende Rita de Cássia Garcia, assessora técnica do Programa Saúde do Animal, da Secretaria da Saúde do município. Com isso, ela quer dizer que, na hora de comprar ou adotar um animal, alguns fatores devem ser analisados.
Entre essas pré-condições, destacam-se a necessidade de levar em consideração a vida média do animal (12 anos) e como isso se encaixa nos planos da família (mudanças de casa, nascimento de filhos etc.); se há espaço para o porte de bicho escolhido e que ter um bicho implica investimento financeiro, carinho e atenção.
Se os pré-requisitos forem preenchidos, o proprietário ainda tem uma série de "deveres" para com o animal. "Eu resumiria o conceito de posse responsável em três pilares: domiciliação, vacinação e castração", diz Miriam Abdul Cabral, presidente da Associação Paulista de Auxílio a Animais.
Dar banhos periódicos, comida de qualidade e água fresca, brincar, passear e levar ao veterinário são outras práticas responsáveis que garantem uma vida mais longa e melhor para os bichos, e evitam a proliferação de doenças como a raiva. (MARIANA VIVEIROS)



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