São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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Sistema de ciclos reduziu atraso escolar em São Paulo em dez anos

DA SUCURSAL DO RIO

O sistema de ciclos implementado em larga escala na década de 90 no Estado de São Paulo deu resultados em ao menos um aspecto: a diminuição do atraso escolar. Segundo o IBGE, São Paulo foi o Estado que teve a maior redução na taxa de defasagem idade/série de 1992 para 2002.
Essa taxa mede a porcentagem de estudantes que não estão na série que se espera de um aluno que não entrou tardiamente na escola e nunca repetiu ou deixou o colégio. Em 1992, 72% dos alunos paulistas de 14 anos ainda não estavam na 8ª série do ensino fundamental. Em 2002, a proporção caiu para 41,1% -redução de 42,9%. Nesse período, a taxa no país caiu 20,2%, de 82,3% a 65,7%.
Segundo o Ministério da Educação, São Paulo é o Estado com mais alunos estudando em ciclos. Nesse sistema, diferentemente do que ocorre no sistema seriado, o aluno pode acompanhar a sua turma mesmo que, de um ano para outro, não tenha tido notas suficientes para passar de ano.
Para defensores do sistema, isso permite que o estudante tenha mais tempo para recuperar o que não aprendeu sem ficar na mesma série, o que pode desestimulá-lo e levá-lo a abandonar a escola.
Os críticos dos ciclos dizem que eles estão sendo implementados sem critério e que as estatísticas têm sido maquiadas, já que a taxa de defasagem idade/série diminui, mas não há garantia de que o aluno aprendeu o conteúdo.
O Estado que apresentou a maior taxa de defasagem foi Alagoas, único onde houve aumento. Em 92, 89,9% dos alunos de 14 anos estavam atrasados. Em 2002, a proporção chegou a 91,7%.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria da Educação de Alagoas, em 2003 foi criado um programa de aceleração escolar, com aulas de reforço para alunos da rede estadual.


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