São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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JOVENS MÃES

Estudos indicam que baixa auto-estima e falta de projeto de vida levam à gravidez

Especialista aponta necessidade de ação multidisciplinar

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma política de redução da gravidez precoce deve ir além da orientação sobre métodos anticoncepcionais. "Quando envolve só reprodução, não dá certo", afirma Maria Lúcia Araújo Monteleone, assessora do Programa de Saúde Integral do Adolescente da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.
Nos últimos 18 anos, o programa desenvolveu pesquisas sobre o perfil da adolescente que engravida. Os estudos apontam que a ausência de "um projeto de vida" e a baixa auto-estima são os principais motivos para a gravidez precoce.
A maioria das garotas conhece os métodos anticoncepcionais, mas, na tentativa de "agradar" o parceiro, não os utiliza.
Monteleone defende o atendimento multidisciplinar -com psicólogos, médicos e outros profissionais de saúde -aliado a políticas de lazer como estratégia contra a gravidez. "Não existe no país uma política pública para a juventude."
No bairro em que Maria (nome fictício), 17, morava, na periferia da zona norte de São Paulo, não havia muito o que fazer depois da escola. Ela afirma conhecer métodos anticoncepcionais.
"Você já ouviu aquela de achar que nunca vai acontecer com você?", pergunta Maria, hoje grávida de 8 meses. Ela repetiu a trajetória "clássica" das jovens grávidas e pobres: não teve apoio familiar e perdeu um ano na escola. (FABIANE LEITE)


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