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JOVENS MÃES
Estudos indicam que baixa auto-estima e falta de projeto de vida levam à gravidez
Especialista aponta necessidade de ação multidisciplinar
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma política de redução da
gravidez precoce deve ir além da
orientação sobre métodos anticoncepcionais. "Quando envolve só reprodução, não dá certo",
afirma Maria Lúcia Araújo
Monteleone, assessora do Programa de Saúde Integral do
Adolescente da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.
Nos últimos 18 anos, o programa desenvolveu pesquisas sobre
o perfil da adolescente que engravida. Os estudos apontam
que a ausência de "um projeto
de vida" e a baixa auto-estima
são os principais motivos para a
gravidez precoce.
A maioria das garotas conhece
os métodos anticoncepcionais,
mas, na tentativa de "agradar" o
parceiro, não os utiliza.
Monteleone defende o atendimento multidisciplinar -com
psicólogos, médicos e outros
profissionais de saúde -aliado
a políticas de lazer como estratégia contra a gravidez. "Não existe no país uma política pública
para a juventude."
No bairro em que Maria (nome fictício), 17, morava, na periferia da zona norte de São Paulo,
não havia muito o que fazer depois da escola. Ela afirma conhecer métodos anticoncepcionais.
"Você já ouviu aquela de achar
que nunca vai acontecer com
você?", pergunta Maria, hoje
grávida de 8 meses. Ela repetiu a
trajetória "clássica" das jovens
grávidas e pobres: não teve
apoio familiar e perdeu um ano
na escola.
(FABIANE LEITE)
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