São Paulo, sábado, 14 de abril de 2007

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Filha ajudou casal a superar drama idêntico

DA FOLHA RIBEIRÃO

A presença de Gabriela, hoje com oito anos, ajudou a aliviar o sofrimento vivido por uma família de Ribeirão Preto que viveu tragédia semelhante à do casal de Guarulhos. Em 1997, a irmã de Gabriela, Rafaela Maurino, então com dez meses, filha e neta única, morreu após ter ficado quatro horas trancada dentro do carro da família, por esquecimento do pai, Rodrigo Maurino.
Ao ouvir sobre o caso semelhante ocorrido anteontem em Guarulhos, Ana Rita da Costa Maurino, 53, mãe de Rodrigo, disse ontem estar "triste e indignada" com mais uma morte de crianças nessas condições.
Ela acha que deveria haver uma lei proibindo crianças menores de três anos de andar no banco de trás do carro sem ter um adulto ao lado.
"Assim, se a criança dorme, tem alguém junto, porque os pais estão sempre na correria. Esquecimento acontece até comigo. Às vezes, esqueço um caminho e entro errado em alguma rua", disse ela.
A avó lembrou ainda que, tanto no caso do filho quanto do biólogo Ricardo, o acidente ocorreu quando eles mudaram sua rotina. No caso de seu filho, era sempre a mulher que levava a criança para a creche. No dia em que a neta morreu, a mãe foi ao médico e coube ao pai a tarefa.
A aposentada disse ainda que ela e o filho gostariam de entrar em contato com a família de Guarulhos, para prestar apoio. "Foi difícil para o meu filho, levou muito tempo para ele superar. Ele teve outra filha, a gente não esquece, mas acaba aliviando um pouco a dor."
Ela disse que a família já compartilhou seu sofrimento com um casal que passou pela mesma tragédia em 2000, em Franca. "É até um alívio para a gente [compartilhar a dor]. Parece que a culpa diminui um pouco", afirmou a aposentada.


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