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Filha ajudou casal a superar drama idêntico
DA FOLHA RIBEIRÃO
A presença de Gabriela,
hoje com oito anos, ajudou a
aliviar o sofrimento vivido
por uma família de Ribeirão
Preto que viveu tragédia semelhante à do casal de Guarulhos. Em 1997, a irmã de
Gabriela, Rafaela Maurino,
então com dez meses, filha e
neta única, morreu após ter
ficado quatro horas trancada
dentro do carro da família,
por esquecimento do pai,
Rodrigo Maurino.
Ao ouvir sobre o caso semelhante ocorrido anteontem em Guarulhos, Ana Rita
da Costa Maurino, 53, mãe
de Rodrigo, disse ontem estar "triste e indignada" com
mais uma morte de crianças
nessas condições.
Ela acha que deveria haver
uma lei proibindo crianças
menores de três anos de andar no banco de trás do carro
sem ter um adulto ao lado.
"Assim, se a criança dorme, tem alguém junto, porque os pais estão sempre na
correria. Esquecimento
acontece até comigo. Às vezes, esqueço um caminho e
entro errado em alguma
rua", disse ela.
A avó lembrou ainda que,
tanto no caso do filho quanto
do biólogo Ricardo, o acidente ocorreu quando eles mudaram sua rotina. No caso de
seu filho, era sempre a mulher que levava a criança para
a creche. No dia em que a neta morreu, a mãe foi ao médico e coube ao pai a tarefa.
A aposentada disse ainda
que ela e o filho gostariam de
entrar em contato com a família de Guarulhos, para
prestar apoio. "Foi difícil para o meu filho, levou muito
tempo para ele superar. Ele
teve outra filha, a gente não
esquece, mas acaba aliviando
um pouco a dor."
Ela disse que a família já
compartilhou seu sofrimento com um casal que passou
pela mesma tragédia em
2000, em Franca. "É até um
alívio para a gente [compartilhar a dor]. Parece que a
culpa diminui um pouco",
afirmou a aposentada.
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