São Paulo, sábado, 14 de abril de 2007

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Obra de Congonhas ameaça começo de férias

Reforma da pista principal do aeroporto não tem garantia de acabar até julho, apesar da previsão de concluí-la em 28 de junho

Intervenção deverá acarretar numa redução de 30% da capacidade total e terá menor margem para absorver atrasos de vôos

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A reforma da principal pista de Congonhas, na zona sul de São Paulo, deve começar no mês que vem com uma redução de 30% na capacidade original de vôos do aeroporto, margem reduzida para absorver os atrasos e sem garantias de ser concluída antes das férias de julho.
O cenário de incertezas e transtornos potenciais para quem pretende embarcar ou desembarcar no mais movimentado aeroporto do país nos próximos meses foi traçado ontem, depois de uma audiência pública para discutir a obra.
Ela resultou na assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta pela Infraero, Anac e Ministério Público Federal.
No TAC, os órgãos da aviação se comprometeram a reduzir a hora de funcionamento de Congonhas em relação a hoje e a Procuradoria da República, a retirar um processo judicial.
O aeroporto hoje, durante as obras da pista auxiliar, funciona das 5h30 à 0h30. O normal era das 6h às 23h. Na reforma da principal (período em que só funcionará a auxiliar), será das 5h30 à 0h de segunda a sexta, das 6h às 23h aos sábados e das 7h à 0h aos domingos.
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, disse que a previsão é fazer as intervenções na pista principal de Congonhas entre 14 de maio e 28 de junho -na última quinta-feira pré-férias escolares.
"Estou muito preocupado, mas nossa engenharia está orientada a estabelecer seu máximo de eficácia", afirmou.
Há duas semanas, ele previa que as obras começariam em 1º de maio. O começo da reforma da pista principal ainda depende do fim das melhorias da pista auxiliar -cujo prazo é 27 de maio, mas pode ser adiantado- e também do próprio contrato.
Ao custo de R$ 17 milhões, ele será feito sem licitação, mas até ontem a Infraero não sabia de que forma -se fará um contrato de emergência ou um aditivo com a empreiteira atual, mais rápido, porém alvo de diversos questionamentos.
"É uma guerra jurídica. Vamos contratar um 0800 e perguntar: quem quiser emergencial vote 0800....", chegou a brincar Pereira ontem.
A reforma da pista auxiliar de Congonhas a partir de fevereiro já reduziu de 48 para 37 a capacidade de vôos por hora do aeroporto, que ficará reduzida ainda mais nas obras da principal -entre 28 e 33 por hora.
Na prática, isso significa menor oferta e remanejamento de vôos para Guarulhos.
O limite sugerido pela Anac ficou abaixo do que queriam as companhias aéreas, mas descumpriu a recomendação original do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
O tenente-coronel Gustavo Camargo, representante do órgão ligado à Aeronáutica, disse ontem que "com 33 operações por hora [limite máximo de segurança], não há como absorver atrasos" e, por esse motivo, havia a recomendação de 28.
Após negociação, ficou definido que na maior parte do tempo haverá até 33, e nas horas mais tranqüilas, 28. Na prática, a margem para conter atrasos em cascata será menor.


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