São Paulo, sábado, 14 de abril de 2007

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Lula diz que o governo não irá assumir posição sobre o tema

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, a líderes do Congresso, que o governo não vai ter posição no debate sobre a descriminalização do aborto.
No caso de um projeto sobre o assunto ser colocado em votação na Câmara ou no Senado, os parlamentares da base aliada serão liberados para votar.
O ministro José Gomes Temporão (Saúde) levantou um debate público sobre o assunto ao defender a convocação de um plebiscito para a população opinar sobre o tema.
No último domingo, pesquisa Datafolha mostrou que 65% dos brasileiros são contra a ampliação da lei atual, que só permite a interrupção da gravidez em casos de estupro ou de risco de morte para a mãe.
Na conversa com os líderes ontem, Lula teria afirmado que a posição de Temporão é a de um médico sanitarista, e não de governo ou de ministério.
Para o presidente, essa é uma questão de foro íntimo e o Palácio do Planalto não vai orientar eventuais votações no Congresso sobre o tema.

Lideranças
Participaram da reunião os líderes do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), na Câmara, deputado José Múcio (PTB-PE), e no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA).
Os projetos para a descriminalização do aborto tradicionalmente ficam parados no Congresso por resistência das bancadas evangélica e católica. O arcebispo de São Paulo e secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Odilo Scherer, já disse que é contra um plebiscito para discutir a legalização do aborto.
Em entrevista à Folha na última segunda, o ministro da Saúde afirmou que a rejeição dos brasileiros à descriminalização do aborto -evidenciada na pesquisa do Datafolha- é resultado de um debate "ainda muito precário" sobre o assunto no país.
Na avaliação do ministro, a discussão sobre o aborto precisa ser realizada do ponto de vista da saúde pública.
(FERNANDA KRAKOVICS)


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