|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula diz que o governo não irá assumir posição sobre o tema
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, a líderes
do Congresso, que o governo
não vai ter posição no debate
sobre a descriminalização do
aborto.
No caso de um projeto sobre
o assunto ser colocado em votação na Câmara ou no Senado,
os parlamentares da base aliada serão liberados para votar.
O ministro José Gomes Temporão (Saúde) levantou um debate público sobre o assunto ao
defender a convocação de um
plebiscito para a população
opinar sobre o tema.
No último domingo, pesquisa
Datafolha mostrou que 65%
dos brasileiros são contra a ampliação da lei atual, que só permite a interrupção da gravidez
em casos de estupro ou de risco
de morte para a mãe.
Na conversa com os líderes
ontem, Lula teria afirmado que
a posição de Temporão é a de
um médico sanitarista, e não de
governo ou de ministério.
Para o presidente, essa é uma
questão de foro íntimo e o Palácio do Planalto não vai orientar
eventuais votações no Congresso sobre o tema.
Lideranças
Participaram da reunião os
líderes do governo no Senado,
Romero Jucá (PMDB-RR), na
Câmara, deputado José Múcio
(PTB-PE), e no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA).
Os projetos para a descriminalização do aborto tradicionalmente ficam parados no
Congresso por resistência das
bancadas evangélica e católica.
O arcebispo de São Paulo e secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil), d. Odilo Scherer, já
disse que é contra um plebiscito para discutir a legalização do
aborto.
Em entrevista à Folha na última segunda, o ministro da
Saúde afirmou que a rejeição
dos brasileiros à descriminalização do aborto -evidenciada
na pesquisa do Datafolha- é
resultado de um debate "ainda
muito precário" sobre o assunto no país.
Na avaliação do ministro, a
discussão sobre o aborto precisa ser realizada do ponto de
vista da saúde pública.
(FERNANDA KRAKOVICS)
Texto Anterior: Nunca mataria ninguém, diz a deputada Próximo Texto: Walter Ceneviva: Lei desnatura crimes hediondos Índice
|