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Kassab recua e libera gritos nas feiras
Prefeito diz que uma vírgula foi culpada por uma suposta interpretação errada do decreto que proibiu feirantes de gritarem
Novo decreto será publicado hoje no "Diário Oficial", mais de um mês depois de a proibição ser definida pela Prefeitura de São Paulo
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de um mês depois de
proibir os feirantes de anunciarem seus produtos aos gritos, o
prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM, ex-PFL), recuou
da decisão ontem. Ele culpou
uma vírgula do texto do decreto
assinado em 6 de março pela
"interpretação errada" e decidiu publicar novo decreto que
libera os gritos dos feirantes.
O prefeito disse que nunca
quis proibir o tradicional pregão em voz alta das feiras. Segundo ele, a intenção foi apenas
de proibir o uso de aparelhos de
som pelos feirantes, o que causaria incômodos aos moradores e consumidores.
"Segundo os técnicos, tem
uma vírgula mal colocada e essa
vírgula dá a impressão... Ainda
ontem [anteontem] eu tive
uma reunião com a assessoria e
eles me mostraram um novo
decreto que vai estar corrigindo esse equívoco e amanhã, no
"Diário Oficial", a gente vai estar
publicando um novo decreto",
disse o prefeito à apresentadora Ana Maria Braga, no programa "Mais Você", da TV Globo.
O texto do decreto é o seguinte: "Art. 26 - Fica proibido ao
feirante: [...] IX - utilizar aparelhos sonoros durante o período
de comercialização, bem como
apregoar as mercadorias em
volume de voz que cause incômodo aos usuários da feira e
aos moradores do local".
A assessoria de imprensa da
prefeitura também entendeu
que estava proibido o grito. Diz
uma nota do site da prefeitura
em 8 de março: "os feirantes
não poderão usar aparelhos sonoros durante o horário de funcionamento das feiras nem oferecer suas mercadorias em volume de voz que incomode".
Kassab disse ontem que, há
cerca de dez dias, pediu a sua
assessoria que verificasse se
havia equívoco no texto do decreto. Porém, apenas ontem,
depois de Kassab ser cobrado
publicamente pelo apresentador Jô Soares, no "Programa do
Jô" da TV Globo de quarta-feira, o novo decreto foi assinado.
O superintendente de Abastecimento de São Paulo, José
Roberto Graziano, disse que a
redação estava errada, mas que
os fiscais haviam sido orientados a proibir apenas o uso de
aparelhos sonoros.
Kassab também afirmou que
a norma estabelecida no decreto para que os feirantes usem
uniformes e padronizem as cores das barracas é apenas "indicativa", não "uma exigência".
Graziano afirmou que uma
portaria a ser publicada hoje
estabelecerá o prazo de um ano
para que os feirantes troquem
seus uniformes e as barracas.
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