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POLÍTICA
Apuração preliminar da comissão de ética afirma que "existem mais do que indícios" envolvendo ex-vereador
Assembléia liga Garib à rede de corrupção
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
"Existem mais
do que indícios
de que o ex-vereador e hoje
deputado estadual Hanna Garib esteja envolvido de alguma
forma no esquema de propina e
corrupção na administração pública de São Paulo."
Essa foi a conclusão da apuração
preliminar do conselho de ética da
Assembléia Legislativa, aprovada
ontem por todos os nove integrantes. Até o deputado Carlos Braga,
do PPB (mesmo partido de Garib),
aprovou o texto.
O conselho decidiu também ampliar a apuração, até aqui restrita
ao inquérito policial e à CPI da Câmara. Até agora, há três suspeitas
contra Garib: envolvimento em
cobrança de propina, crime eleitoral e tentativa de homicídio.
Agora, será investigada também
a relação de Garib com irregularidades no PAS (Plano de Atendimento à Saúde da Prefeitura de São
Paulo) e na coleta de lixo.
Será apurada ainda uma conta
bancária que Garib admitiu manter em Miami, mas que não consta
de sua declaração de bens.
Garib informou ontem, por meio
de sua assessoria de imprensa, que
confia "na seriedade e na isenção"
do conselho de ética. Em nota, o
deputado afirma que o relatório do
conselho "não é conclusivo" e
questiona a decisão do conselho de
incluir suspeitas que "já foram
abandonadas pela polícia e Ministério Público".
Ainda ontem, o relatório seguiu
para a Mesa da Assembléia, formada pelo presidente, Vanderlei Macris (PSDB), e os secretários Roberto Gouveia (PT) e Pascoal Thomeu (PPB). É a Mesa que decide se
abre uma investigação formal sobre Garib. E propõe, de antemão,
que punição cabe ao deputado.
A decisão será tomada hoje, em
reunião marcada para as 16h.
E deve ser pela perda do mandato, por quebra do decoro parlamentar, segundo apurou a Folha.
"Levando em consideração o relatório e as conclusões aprovadas
por unanimidade pelo conselho,
não deve haver dúvida de que houve quebra do decoro. Na minha
opinião, a Mesa deve representar
visando a perda do mandato", disse ontem Roberto Gouveia.
A decisão da Mesa não significa
que o deputado está cassado.
Significa que Garib será investigado pelo conselho de ética, que
terá, agora, poder para convocar
pessoas e pedir documentos, inclusive sobre fatos ainda não apurados. Garib tem cinco sessões para se defender.
No final, o conselho decide se
confirma ou não a proposta da
Mesa, ou seja, se é o caso de cassar
o mandato do deputado. Esse parecer tem que ser aprovado por 47
deputados.
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