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Propina da Sé pagou carro, casa e reforma, diz mulher de fiscal
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
A comerciante Amazília Lopes
Leonardo, mulher do encarregado
da fiscalização da rua 25 de Março,
Wagner Leonardo, que prestou
depoimento anteontem à CPI, afirmou a polícia ontem de madrugada que seu marido comprou um
carro, uma casa de praia e reformou a casa onde moravam com o
dinheiro de propinas arrecadadas
junto a ambulantes do centro.
Por semana, disse, ele levava para casa cerca de R$ 300 de propina,
dinheiro que permitiu à família
adquirir uma Nissan Pathfinder.
Hoje, seu marido está preso e ela
diz viver com R$ 700 mensais, obtidos com venda de marmitex.
Segundo Amazília, além dos R$
300 que eram a parte do marido,
eram repassados envelopes com
R$ 400 a R$ 500 para superiores
hierárquicos -que, pelo que ela
sabia, eram os ex-administradores
regionais da Sé João Bento e Vitor
David, e funcionária identificada
como "doutora" Maria Helena.
Amazília se apresentou espontaneamente para falar à polícia, pensando em pedir proteção. "Eu acho
que podem mandar me matar ou
matar meus filhos. Fiquei temerosa pelo que falei à CPI", disse.
Amazília confirmou à polícia tudo o que afirmou à CPI, mas entrou em contradição sobre os envelopes que teriam como destino
um comitê eleitoral de Celso Pitta.
Ela disse que, quando comentava
sobre os envelopes para "o escritório do Pitta" com o marido, ele respondia com evasivas ou dizia que
eram entregues para Antonio Alberto Alves, encarregado do depósito da Sé. "Mas eu não sabia se ele
repassava", esclareceu.
O delegado Romeu Tuma Jr.
acredita que ela se confundiu ao
falar de Pitta. "Quando ela cita "o
envelope do prefeito", creio que
quer dizer envelopes que foram
para comitês políticos, conforme
apuramos nos outros depoimentos", disse Tuma Jr.
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