São Paulo, quarta, 14 de maio de 1997.



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Ator foi condenado a 19 anos, mas pode cumprir pena em liberdade a partir de março de 99
Defesa de Pádua foi estrela no tribunal

da Reportagem Local

Só os quatro dias de julgamento do ator Guilherme de Pádua em janeiro passado poderiam virar filme.
O réu, famoso. A acusação, reforçada por Arthur Lavigne, famosa. A defesa, de Paulo Ramalho, desconhecida, se comparada aos outros dois, acabou como a estrela, com argumentações fortes o suficiente para que o veredito não fosse uma unanimidade entre os sete jurados.
E o final, "compensador", mas sempre infeliz, para Gloria Perez, a mãe de Daniella.
Tudo acompanhado por uma multidão que, como o próprio ator, esperava condenação. Já os jurados tiveram até de pedir lençóis emprestados para dormir.
Foi no tribunal que Pádua e a ex-mulher, Paula Thomaz, se encontraram depois de anos de reclusão em prisões separadas. No julgamento, separados por seus advogados, nem se olharam.
O depoimento de Pádua durou cinco horas e 18 minutos. Ele acusou a ex-mulher de ter sido a autora dos golpes que mataram Daniella.
Depois de seu depoimento, Pádua conquistou alguns curiosos que assistiam ao julgamento. A estudante de direito, Renata Tavares da Costa, 20, disse à época que "se fosse jurada, mudaria a opinião só com o jeitinho dele falar".
Cinco dos sete jurados não tiveram a mesma opinião e julgaram Pádua culpado. Sua condenação foi de 19 anos, mas em março de 99, terá direito a cumprir a pena em liberdade.
Já no primeiro dia, o julgamento foi suspenso. O perito Mauro Ricart, convocado como testemunha, teve uma crise renal. Ramalho ameaçava se retirar do tribunal, se o perito não aparecesse.
O perito não apareceu e o juiz do caso, José Geraldo Antônio, aceitou a gravação de uma fita. Essa fita tinha a entrevista que o perito havia concedido na própria manhã do julgamento.
O segundo dia de julgamento foi considerado "o dia da defesa", quando Paulo Ramalho conseguiu excluir a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Ela tinha dado entrevista dias antes do julgamento, quebrando a incomunicabilidade, prevista por lei.
Naquele dia, Pádua riu e bateu palmas ao ouvir depoimentos dos ex-colegas Alexandre Frota e Maurício Mattar.



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