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Ator foi condenado a 19 anos, mas pode cumprir pena em liberdade a partir de março de 99
Defesa de Pádua foi estrela no tribunal
da Reportagem Local
Só os quatro dias de julgamento do ator Guilherme de Pádua
em janeiro passado poderiam virar filme.
O réu, famoso. A acusação, reforçada por Arthur Lavigne, famosa. A defesa, de Paulo Ramalho, desconhecida, se comparada aos outros dois, acabou como
a estrela, com argumentações
fortes o suficiente para que o veredito não fosse uma unanimidade entre os sete jurados.
E o final, "compensador", mas
sempre infeliz, para Gloria Perez, a mãe de Daniella.
Tudo acompanhado por uma
multidão que, como o próprio
ator, esperava condenação. Já os
jurados tiveram até de pedir lençóis emprestados para dormir.
Foi no tribunal que Pádua e a
ex-mulher, Paula Thomaz, se encontraram depois de anos de reclusão em prisões separadas. No
julgamento, separados por seus
advogados, nem se olharam.
O depoimento de Pádua durou
cinco horas e 18 minutos. Ele
acusou a ex-mulher de ter sido a
autora dos golpes que mataram
Daniella.
Depois de seu depoimento, Pádua conquistou alguns curiosos
que assistiam ao julgamento. A
estudante de direito, Renata Tavares da Costa, 20, disse à época
que "se fosse jurada, mudaria a
opinião só com o jeitinho dele falar".
Cinco dos sete jurados não tiveram a mesma opinião e julgaram Pádua culpado. Sua condenação foi de 19 anos, mas em
março de 99, terá direito a cumprir a pena em liberdade.
Já no primeiro dia, o julgamento foi suspenso. O perito Mauro
Ricart, convocado como testemunha, teve uma crise renal. Ramalho ameaçava se retirar do tribunal, se o perito não aparecesse.
O perito não apareceu e o juiz
do caso, José Geraldo Antônio,
aceitou a gravação de uma fita.
Essa fita tinha a entrevista que o
perito havia concedido na própria manhã do julgamento.
O segundo dia de julgamento
foi considerado "o dia da defesa", quando Paulo Ramalho conseguiu excluir a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Ela tinha
dado entrevista dias antes do julgamento, quebrando a incomunicabilidade, prevista por lei.
Naquele dia, Pádua riu e bateu
palmas ao ouvir depoimentos
dos ex-colegas Alexandre Frota e
Maurício Mattar.
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