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Avenida Sapopemba concentra casos
DA REPORTAGEM LOCAL
Na sexta-feira, a balconista Eliana Gonçalves, 25, e dois sobrinhos
viram um roubo a um cobrador
na avenida Sapopemba, zona leste
de São Paulo. "Aqui isso é rotina."
É difícil encontrar na avenida,
uma das mais movimentadas de
Sapopemba, cobrador ou motorista que não tenha sido assaltado.
No primeiro trimestre deste
ano, o 69º DP registrou 112 roubos
a ônibus -59 nessa avenida.
Para a cobradora Maria Aparecida Alves da Silva Lopes, 40, "os
ladrões são "noinhas" [viciados"".
O delegado Paulo Thomaz de
Carvalho Filho, do 69º DP, confirma que jovens roubam pelo vício.
"Eles já descem do ônibus perto
de um ponto de venda de droga."
Levantamento do pesquisador
José Peres Netto mostra que a
maioria dos roubos ocorre das
18h às 23h. Segundo Maria Aparecida, é para evitar linchamento,
pois os ônibus estão mais vazios.
À noite, os motoristas experientes não param em qualquer ponto. Alguns, como Umbelino Gonçalves, 46, pagam seguro de vida.
Um dos pontos mais perigosos
é o "escadão", rampa usada por
moradores do conjunto Teotônio
Vilela para chegar à avenida. "Os
bandidos, à noite, ficam ali", diz o
cobrador José Carlos Tambara,
52, que foi transferido de linha.
O cobrador Gilson Jesus da Silva, 26, diz que falta policiamento.
"Quando você mais precisa, eles
(policiais) não aparecem." A passageira Maria de Lurdes, 57, diz
que falta a comunidade combater
o consumo de drogas.
O Jardim Sapopemba faz parte
de um distrito que, com cerca de
253 mil habitantes, tem índices
crescentes de violência.
Segundo o Mapa da Exclusão/
Inclusão Social 2000, coordenado
pelo Núcleo de Pesquisas em Seguridade Social da PUC-SP, o número de homicídios por 100 mil
habitantes na região subiu de
46,70, em 1996, para 77,68. Estudo
da Febem (Fundação Estadual do
Bem-Estar do Menor) aponta Sapopemba como uma das cinco
grandes "fábricas" de menores infratores na cidade.
(PRL)
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