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Menina terá de fazer plástica
DA REPORTAGEM LOCAL
A menina F. tinha cinco anos
quando foi espancada pelo padrasto, em 1993. Segundo relatos
de sua tia, autora na denúncia no
Crami (Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância
do ABCD), F. apanhou durante 40
minutos e ficou com diversos hematomas e fraturas pelo corpo.
A tia descobriu o que havia
ocorrido com a menina em uma
visita à família, três dias após o espancamento. Segundo ela, F. estava em um guarda-roupa e, desde
a agressão, não tinha recebido nenhum tipo de socorro médico.
As investigações do Crami identificaram o motivo da violência: F.
fazia xixi na cama. A tia contou
que era comum o padrasto bater
na menina por motivos banais.
Após levar a menina a um pronto-socorro, a tia de F. deu queixa
da agressão e foi pedida a prisão
preventiva de seu padrasto.
Em depoimento, o padrasto negou que tivesse batido muito forte
na menina e afirmou que os hematomas surgiram porque ela tinha problemas no sangue.
O padrasto de F. ficou preso em
uma delegacia por 33 dias e hoje
responde a um processo por tentativa de homicídio.
A pedido do Judiciário, F. foi
afastada da família e passou a morar com a tia e a receber assistência psicológica do Crami. O padrasto e a mãe da menina também fizeram terapia até 1996.
Após o tratamento, a menina
voltou a conviver com a família.
Hoje, aos 13, cursando a 7ª série
do ensino fundamental, F. encontrou no hipismo uma forma de
superar o trauma. Ela ainda tem
marcas da agressão e precisará de
cirurgia plástica para corrigi-las.
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