São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2001

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Menina terá de fazer plástica

DA REPORTAGEM LOCAL

A menina F. tinha cinco anos quando foi espancada pelo padrasto, em 1993. Segundo relatos de sua tia, autora na denúncia no Crami (Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD), F. apanhou durante 40 minutos e ficou com diversos hematomas e fraturas pelo corpo.
A tia descobriu o que havia ocorrido com a menina em uma visita à família, três dias após o espancamento. Segundo ela, F. estava em um guarda-roupa e, desde a agressão, não tinha recebido nenhum tipo de socorro médico.
As investigações do Crami identificaram o motivo da violência: F. fazia xixi na cama. A tia contou que era comum o padrasto bater na menina por motivos banais.
Após levar a menina a um pronto-socorro, a tia de F. deu queixa da agressão e foi pedida a prisão preventiva de seu padrasto.
Em depoimento, o padrasto negou que tivesse batido muito forte na menina e afirmou que os hematomas surgiram porque ela tinha problemas no sangue.
O padrasto de F. ficou preso em uma delegacia por 33 dias e hoje responde a um processo por tentativa de homicídio.
A pedido do Judiciário, F. foi afastada da família e passou a morar com a tia e a receber assistência psicológica do Crami. O padrasto e a mãe da menina também fizeram terapia até 1996.
Após o tratamento, a menina voltou a conviver com a família. Hoje, aos 13, cursando a 7ª série do ensino fundamental, F. encontrou no hipismo uma forma de superar o trauma. Ela ainda tem marcas da agressão e precisará de cirurgia plástica para corrigi-las.


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