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Cota para negros já existe em ministérios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No Brasil, mais de 30 trabalhadores negros já foram empregados pelo sistema de cotas no serviço público federal. No final do ano
passado, os ministérios da Justiça
e do Desenvolvimento Agrário estipularam que a mão-de-obra terceirizada deveria conter 20% de
trabalhadores negros.
Nesta semana o STF (Supremo
Tribunal Federal) pretende concluir o processo de licitação para a
contratação de funcionários para
as áreas de comunicação social do
órgão, que terá três ou quatro vagas destinadas para negros. No
STF, em todas as licitações para
contratação de pessoal, obrigatoriamente 20% das vagas terão de
ser destinadas para negros.
No Ministério do Desenvolvimento Agrário, o preenchimento
das vagas para negros teve início
com um processo de licitação
concluído em outubro. A seleção
ocorreu por meio de entrevistas,
análise dos currículos e cor da pele. Foram contratados 14 pessoas
para atendimento, 15 office-boys
e dois motoristas, com salários
variando de R$ 315 a R$ 520.
O Ministério da Justiça, que já
emprega negros por meio de empresas terceirizadas nas áreas administrativas e de manutenção,
informática e segurança, não soube informar o número de negros
que já trabalham no órgão.
Ana Beatriz Pereira, 27, já é uma
das pessoas beneficiadas pelas cotas. Por meio do programa de
ações afirmativas do Ministério
do Desenvolvimento Agrário,
Ana, que trabalhava na área de
limpeza, conseguiu uma vaga como secretária no Incra.
Para ela, o programa lhe deu
uma oportunidade de aprendizado e de crescimento profissional
que dificilmente conseguiria em
outra situação. O salário, que na
limpeza era de R$ 250, na nova
função aumentou para R$ 460.
Para Junia Leonel, consultora
do programa de ações afirmativas
do ministério, além de implementar as cotas, é necessário preparar
o ambiente nos órgãos públicos
para que não haja rejeição dos
funcionários empregados por
meio das cotas.
"Se a pessoa empregada pela cota não tiver um bom desempenho, os outros funcionários irão achar que há favorecimento. Por isso é necessário o treinamento e o acompanhamento constante."
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