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Peritos concluem que o tiro que feriu estudante não saiu do morro
DA SUCURSAL DO RIO
Os peritos que participaram
ontem da reconstituição do caso
da estudante Luciana Gonçalves
de Novaes, 19, descartaram a hipótese de que o tiro que a feriu no
campus do Rio Comprido da Estácio de Sá tenha partido do morro do Turano (zona norte do Rio),
vizinho à universidade.
De acordo com a perícia do Instituto de Criminalística Carlos
Éboli, órgão da Polícia Civil, a distância entre o local onde a aluna
estava quando foi atingida e o
morro é de cerca de 200 m. Especialistas dizem que o alcance de
um tiro dado por uma arma de
calibre 0.40 -igual à que atingiu
Luciana- é de até 100 m.
O subchefe de Polícia Civil, José
Renato Torres, que acompanhou
o trabalho dos peritos, disse que,
para um tiro certeiro, a distância
máxima deve ser de 50 m.
O resultado da perícia deve sair
até o final da semana. A ele serão
anexados o laudo das imagens
gravadas pelo circuito interno de
TV da universidade -dois CDs,
com imagens das 36 câmeras do
campus, foram entregues ontem- e o exame do impacto da
bala no rosto da estudante.
"A partir do exame, é possível
traçar a trajetória da bala e descobrir se ela foi dada a curta ou a
longa distância", disse o delegado
Luiz Alberto de Andrade, titular
da DRE (Delegacia de Repressão a
Entorpecentes), que coordenou a
perícia na universidade.
Participaram da reconstituição
oito pessoas, das quais três alunos
e cinco funcionários. Uma delas,
segundo a polícia, teria visto de
onde partiu o tiro. Seu nome não
foi divulgado. Ao fim da perícia,
quatro delas prestaram depoimento na DRE.
Segundo o delegado, as testemunhas contaram que ouviram
vários tiros, cujos sons eram "secos e abafados", e não em forma
de rajada. Para Andrade, as declarações reforçam a hipótese de que
o disparo partiu de uma pistola.
O delegado disse que uma nova
perícia seria feita no local no final
da tarde de ontem, com a presença de um dos alunos que prestaram depoimento.
Ontem, o faxineiro Jonson
Wagner Fonseca de Campos, 25,
compareceu à polícia. Ele disse
ser a pessoa que aparece numa
das fitas de vídeo e que foi apontada como o suposto atirador. Na
imagem, ele aparece segurando
um objeto que poderia ser um fuzil. Campos contou aos policiais
que, no momento do acidente, estava saindo do almoxarifado segurando três vassouras.
Luciana sofreu ontem uma segunda cirurgia, que durou duas
horas, para fixar a mandíbula. Na
última quinta-feira, foi retirada a
bala que se alojara na coluna cervical da jovem.
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