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Em Campinas, 13 soldados são afastados após morte de 2 rapazes
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
O comando da Polícia Militar de
Campinas afastou ontem 13 soldados da Rotac (Rondas Táticas
de Campinas), acusados por moradores de uma favela de terem
matado dois rapazes em um suposto tiroteio que durou mais de
meia hora, na noite de terça-feira
da semana passada.
Willian Douglas Santos, 20, e
Fabrício Francisco da Conceição,
24, segundo testemunhas, morreram após terem sido baleados pelos policiais militares.
O pai de uma das vítimas, Juraci
Souza Santos, 49, afirma ter visto
seu filho com vida dentro de um
dos carros da Rotac. "Ele fez um
sinal para mim de dentro do carro
e depois eu o vi morto no hospital.
Eles foram mortos em outro lugar", afirma.
Segundo Santos, seu filho teria
levado um tiro na perna antes de
ser levado pelos policiais.
Um outro morador, que não
quis se identificar por temer represálias da PM, disse que viu um
outro rapaz ser espancado pelos
policiais da Rotac. Um terceiro rapaz também teria sido baleado.
No boletim de ocorrência registrado no plantão do 5º Distrito
Policial, os policiais informaram
que foram até o local para atender
a uma denúncia sobre tráfico de
entorpecentes e que atiraram
após terem sido recebidos com
disparos, que atingiram os carros.
Duas armas foram apreendidas e
entregues à Polícia Civil.
Segundo o relato dos policiais,
Santos atirou contra eles e Conceição tentava se esconder em um
posto de combustível.
O posto, que estava fechado no
momento do tiroteio, é apontado
pelos moradores como o local onde os rapazes teriam sido mortos.
Os dois acusados foram levados
para o hospital Celso Pierro, que
informou que Conceição chegou
morto. Santos foi atendido, mas
morreu logo depois.
O coordenador operacional do
35º BPMI (Batalhão de Polícia Militar do Interior), Israel Pilmon,
informou que os policiais ficarão
afastados de suas funções até o
fim do inquérito policial militar
instaurado pela Corregedoria da
PM, em São Paulo. "Há duas versões, e existe uma operação em
curso para determinar quem está
com a verdade", afirmou Pilmon.
As armas utilizadas pelos PMs
(metralhadoras, pistolas e revólveres) foram encaminhadas para
o IC (Instituto de Criminalística).
Na Polícia Civil, o inquérito ainda
não havia sido instaurado até a
tarde de ontem. Hoje, o Ministério Público Estadual vai designar
um promotor para acompanhar
as apurações.
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