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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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TRÁFICO

Polícia prendeu DJ acusado de negociar, por mês, 20 mil comprimidos de ecstasy e outras drogas sintéticas

Ação antidrogas visa casas noturnas de SP

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público e a Polícia Civil já têm pronto um projeto para intensificar a repressão ao porte e à venda de drogas em bares, boates e raves -festas com música eletrônica- realizadas no Estado de São Paulo.
A informação foi dada ontem pelo diretor do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos), Ivaney Cayres de Souza. Ele não deu detalhes, alegando que isso poderia atrapalhar as operações.
Na noite de sábado, a polícia prendeu em flagrante o DJ Pan Augusto de Faria Lê, 25, considerado pelo Denarc o principal traficante de drogas sintéticas do país. "A investigação mostra que, do Rio Grande do Sul até a Bahia, é ele quem fornece drogas sintéticas", afirmou Souza. Faria Lê negou envolvimento com tráfico.
Segundo o diretor do Denarc, Faria Lê foi o oitavo DJ a ser preso em São Paulo, nos últimos oito meses, por tráfico de drogas. Em festas e casas noturnas, DJs são responsáveis pela seleção das músicas nas pistas de dança.
De acordo com a polícia, o acusado fornecia mensalmente cerca de 20 mil comprimidos de ecstasy, entre outras drogas, para frequentadores de casas noturnas de São Paulo.
O DJ foi preso em uma chácara em Cotia (Grande São Paulo). Com ele foram apreendidos 15 comprimidos de ecstasy, 18 micropontos de LSD, um quilo de maconha e haxixe.
No apartamento de uma amiga do acusado foi apreendido meio quilo de cocaína. Segundo a polícia, o destino da cocaína era a Espanha, onde seria trocada por ecstasy. A droga estava oculta nos saltos de duas sandálias.
Na ação também foram presas outras três pessoas, acusadas de envolvimento em supostas negociações de drogas na Europa e em outros Estados. O Denarc investigava o grupo havia cinco meses.
Os acusados não puderam dar entrevista. Apenas se limitaram, durante uma sessão de fotos, a dizer que são inocentes. O diretor do Denarc não informou se eles já haviam constituído advogados.
Lê já havia sido preso em junho do ano passado, com o irmão, Mar Faria de Lê, 22. Na ocasião, a polícia encontrou com eles LSD em gotas, 45 comprimidos de MDMA (substância usada na fabricação de ecstasy) e 50 comprimidos de ecstasy.
Na época, o DJ foi liberado após o crime ser considerado de porte e não de tráfico de drogas. Ele voltou a ser preso em janeiro deste ano com 22 gramas de skank (um tipo de maconha mais potente), 61 gramas de haxixe e 22 micropontos de LSD.


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