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Novo modelo reduz receita do sistema
DA REPORTAGEM LOCAL
A implantação do bilhete único
e de novos corredores de ônibus
acelera as preocupações futuras
sobre as formas de cobrir os custos do sistema de transporte.
Na visão de técnicos, a explicação é simples: com a ampliação e a
modernização da infra-estrutura,
os gastos com manutenção aumentam; e, com a vantagem das
baldeações gratuitas, a tendência
é haver diminuição da receita, assim como quando houver integração com metrô e trem.
"O grande nó será a política tarifária", afirma Reginaldo Paiva, do
Instituto de Engenharia. "O bilhete único tende a diminuir a arrecadação. Vai faltar dinheiro.
Quem entrar [na prefeitura a partir de 2005] precisará ter coragem
para tomar alguma decisão", afirma Luiz Célio Bottura, ex-presidente da Dersa, em referência a
um aumento de tarifa, que está
em R$ 1,70 desde 2003, mas que
poderia acabar com os benefícios
sociais do novo sistema, ou à injeção de mais recursos públicos.
A administração Marta Suplicy
suspendeu a concessão de subsídios em maio de 2001 (e criticou
essa prática), mas voltou a dar recursos públicos aos operadores,
como forma de bancar a gratuidade de idosos, no ano passado.
Desde então, essas despesas passam de R$ 17 milhões por mês.
O secretário Jilmar Tatto evita
reconhecer preocupação com essa elevação de gastos. Fala que ela
será compensada pela otimização
dos custos (maior velocidade dos
ônibus) e atração de novos passageiros ao sistema de transporte.
Tatto afirma que a atual tarifa
-de R$ 1,70- não está defasada
e diz não cogitar uma elevação no
começo de 2005 sob a alegação de
que confia "na política do governo federal" -que controlaria a
inflação e aqueceria a economia,
incentivando mais viagens.
O secretário alega que os 400 km
de faixas de ônibus anunciadas
serão atingidos num segundo
mandato. Entre as obras que não
foram concluídas está a do Fura-Fila (atual Paulistão).
Segundo Tatto, a construção de
mais corredores não foi possível
por causa de atraso na liberação
de verba do BNDES (que financia
parte dos investimentos) e "para
evitar transtornos". "Em vez de
abrir novas frentes, também tivemos a preocupação de recuperar
os existentes, cuja situação era
muito ruim", afirma.
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