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URBANISMO
Projeto, que inclui Lei de Uso e Ocupação do Solo, poderá ser votado até fim de junho; técnicos criticam urgência
Câmara retoma debate dos planos regionais
SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto da nova Lei de Uso e
Ocupação do Solo e dos planos regionais das 31 subprefeituras-
que definem o que pode ou não
ser construído nos bairros paulistanos- deverá ser votado em regime de urgência pela Câmara
Municipal até o final de junho, segundo o líder do governo João
Antonio (PT).
Disposto em 696 páginas publicado ontem no "Diário Oficial"
do município, o projeto de lei, que
precisa passar por quatro comissões da Câmara e duas audiências
públicas, poderá ser colocado em
pauta em cerca de 40 dias.
A Folha apurou que uma emenda já está sendo preparada para o
projeto, modificando, entre outros, os coeficientes de aproveitamento, ou seja, o quanto poderá
ser construído em cada terreno.
Mas a decisão já causa polêmica.
"Essa publicação no "Diário Oficial" está ilegível. É por isso que a
sociedade não participa mais. Você não pode votar a toque de caixa
um projeto que modifica tudo na
cidade, tem quase 700 páginas, já
sofreu várias alterações e ainda
possui muitas falhas", diz a arquiteta Regina Monteiro, do movimento Defenda São Paulo.
A opinião é semelhante à dos
vereadores da oposição. "Você
tem um projeto como esse, que
mexe na estrutura da cidade e
corre o risco de não passar por
um processo normal de votação.
Eles querem votar tudo em regime de urgência, sem discussão",
diz o vereador Carlos Alberto Bezerra Júnior (PSDB).
Os planos diretores regionais
determinam os usos permitidos
em cada bairro, orientando o
crescimento da cidade. Eles completam e detalham o Plano Diretor, aprovado em setembro de
2002, e tratam de questões como
trânsito, corredores comerciais e
manutenção de áreas verdes. Já a
lei de zoneamento define o que
pode e o que não pode funcionar
em determinadas áreas, inclusive
o quanto poderá ser construído.
A votação desses projetos, considerados uma das prioridades da
atual gestão, está mais de um ano
atrasada. Os projetos chegaram a
ser enviados à Câmara em agosto
de 2003, mas tiveram a tramitação
suspensa devido a duas liminares
obtidas pelo Ministério Público,
que questionou a forma de participação popular na elaboração
dos projetos e a falta de mapas e
tabelas na primeira publicação do
projeto no "Diário Oficial".
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