São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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SAÚDE

Grevistas dizem que reajuste de 30% é viável

DA REPORTAGEM LOCAL

Servidores da saúde do Estado de São Paulo entram hoje no quinto dia de greve divulgando um estudo pelo qual o governo Geraldo Alckmin (PSDB) teria condições financeiras de conceder o aumento de 30% reivindicado pela categoria.
Incluindo adesões de pequenas unidades, a paralisação atinge agora 25 hospitais e 22 centros de saúde na capital e no interior. São cerca de 35 mil funcionários de braços cruzados que pedem, além do reajuste, regulamentação da jornada de 30 horas e novos concursos públicos.
Pelos cálculos do sindicato do setor, o SindSaúde, o sinal amarelo disparado ainda em 2003 nas finanças da administração estadual já pode ser desligado -e o reajuste, negociado.
Usando dados oficiais do Estado, eles chegaram à conclusão de que houve um aumento de 1,34% nas receitas correntes nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2003. Seria o suficiente para cobrir os R$ 512 milhões de despesas geradas pelo reajuste de 30%.
"No ano passado o funcionalismo estadual ganhou reajuste de 8,29%. Só que na área da saúde nós só recebemos a metade disso", afirma Angelo D'Agostini Jr., diretor executivo do SindSaúde.
A Secretaria da Saúde reafirma que vem negociando com o SindSaúde desde o ano passado, mas que um possível aumento só poderá ser analisado no fim de maio, quando será concluída avaliação da receita do Estado.
Hoje, a administração está no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e compromete 48,01% da receita com a folha de pagamento dos servidores, o que inviabiliza legalmente qualquer reajuste, justifica a assessoria de imprensa da secretaria.
A Secretaria da Fazenda admite que há uma tendência de melhoria, mas que o cálculo do SindSaúde não é correto porque utiliza um período isolado que não necessariamente representa com precisão a evolução financeira dos cofres estaduais.
Hoje, funcionários do Hospital das Clínicas devem decidir se apóiam ou não a greve.


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