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SAÚDE
Segundo delegado, nutrição parenteral causou mortes
Equipe médica revela como bebês foram infectados em maternidade
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Em depoimento ontem à polícia, o diretor e a equipe médica da
maternidade Carmela Dutra
(Lins, zona norte do Rio) admitiram que os quatro bebês que
morreram na unidade na semana
passada foram infectados pela
nutrição parenteral manipulada
pelo laboratório Ganutre.
Ao todo, 14 recém-nascidos
morreram no Rio de infecção generalizada provocada pela bactéria enterobacter após receberem o
soro supostamente contaminado.
Outras 33 pessoas foram infectadas e permanecem internadas.
De acordo com o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes
Contra a Saúde Pública
(DRCCSP), José Luiz Duarte, os
representantes do hospital disseram que, por suas experiências
com pacientes que recebem a nutrição, a infecção nos bebês foi
provocada pelo medicamento.
Os depoentes disseram também, segundo Duarte, que, ao
perceberem a infecção, suspenderam a aplicação do soro, o que
não evitou a morte dos bebês. Os
médicos não falaram à imprensa.
Duarte afirmou que espera o resultado de exame -a cargo do
Laboratório Noel Nutels, do governo estadual- que poderá
comprovar se a infecção foi causada pela nutrição parenteral. Novos depoimentos ocorrerão hoje.
Outro fato reforça a suspeita.
Em uma das 10 amostras analisadas pela Ganutre, havia um tipo
de eletrobacter compatível com a
encontrada em um paciente infectado que também recebeu nutrição parenteral. A revelação foi
feita pela diretora de Vigilância
Sanitária Estadual, Maria de
Lourdes Moura.
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