São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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EDUCAÇÃO

Serão reservadas 50% das vagas para os candidatos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública

Projeto cria cota em universidades federais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou oficialmente ontem, dentro de um pacote de medidas, o projeto de lei que reserva 50% das vagas das instituições federais de educação superior para alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Entre essas vagas, estarão cotas para negros e índios, como antecipou a Folha na última semana.
De acordo com o Censo da Educação Superior de 2002, foram oferecidas naquele ano 124.196 vagas por 73 instituições federais, sendo 43 universidades.
Outro anúncio oficial foi do projeto de lei do Prouni (Programa Universidade para Todos), que gerou polêmica com universidades públicas e particulares.
O Prouni prevê a concessão de bolsa integral em instituições privadas a estudantes sem curso superior e cuja renda familiar não exceda um salário mínimo per capita.

Projeto de lei
Diferentemente do que queria o Ministério da Educação, as duas medidas serão encaminhadas ao Congresso na forma de projeto de lei. Só entrarão em vigor depois de aprovadas por parlamentares e sancionadas pelo presidente. O Ministério da Educação defendia a implantação por medida provisória, que teria força de lei após publicação no "Diário Oficial".
"Os estudantes de escola pública, geralmente de família de baixa renda, muitas vezes chegam ao vestibular em desvantagem em relação aos alunos de escolas e cursinhos particulares", disse Lula, ao anunciar a medida.
O objetivo do governo é fazer com que a reserva de vagas nas federais também se torne uma política de cotas para negros.
Na proposta, o governo federal usa o percentual de população negra e parda calculado pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em cada Estado para definir as vagas destinadas aos afrodescendentes. Por exemplo: uma instituição no Rio Grande do Sul terá de reservar 50% das vagas para alunos de escola pública. Desse total, 13,5% das vagas serão para afrodescendentes.
Questionado sobre como conciliar a reserva de vagas com o vestibular, o ministro Tarso Genro afirmou que a questão precisará de regulamentação específica feita pelas universidades.


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