São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2007

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Ação é perigosa e imprópria, afirma ex-secretário nacional de Segurança

DA AGÊNCIA FOLHA

A ação de grupos como a "milícia" formada por moradores de Meaípe (ES) expõe seus integrantes a situações de risco, disseram especialistas à Folha.
Para Wálter Maierovitch, ex-secretário nacional Antidrogas e presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone, e para o coronel reformado da PM José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, a iniciativa do grupo de Meaípe é perigosa e imprópria.
"Eles estão fazendo uma coisa indevida, porque podem se deparar com criminosos e pessoas agressivas", disse Silva.
Para o coronel da reserva, a ação do grupo não é funcional e pode inibir apenas pequenos infratores. "Não tem sentido fazer rondas, principalmente em lugares violentos como a área metropolitana de Vitória."
Embora a vigilância pública não seja ilegal, o uso de armas -como os porretes usados inicialmente pelo grupo- é contra a lei, já que a Constituição estabelece que a segurança pública é dever do Estado.
Para Maierovitch, o problema é que esses grupos passam a se julgar autoridades. "Acabam querendo tomar o lugar da polícia e passam a dar ordens."
Como alternativas às rondas, citam programas em que membros da comunidade são treinados pela polícia para tarefas de vigilância, como o "De Olho na Rua", implantado em 2004 em Recife (PE) e que hoje está em operação em Fortaleza (CE) e Salvador (BA). (CA)


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