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Ação é perigosa e imprópria, afirma ex-secretário nacional de Segurança
DA AGÊNCIA FOLHA
A ação de grupos como a "milícia" formada por moradores
de Meaípe (ES) expõe seus integrantes a situações de risco,
disseram especialistas à Folha.
Para Wálter Maierovitch, ex-secretário nacional Antidrogas
e presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone, e para
o coronel reformado da PM José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, a iniciativa do grupo de
Meaípe é perigosa e imprópria.
"Eles estão fazendo uma coisa indevida, porque podem se
deparar com criminosos e pessoas agressivas", disse Silva.
Para o coronel da reserva, a
ação do grupo não é funcional e
pode inibir apenas pequenos
infratores. "Não tem sentido
fazer rondas, principalmente
em lugares violentos como a
área metropolitana de Vitória."
Embora a vigilância pública
não seja ilegal, o uso de armas
-como os porretes usados inicialmente pelo grupo- é contra a lei, já que a Constituição
estabelece que a segurança pública é dever do Estado.
Para Maierovitch, o problema é que esses grupos passam a
se julgar autoridades. "Acabam
querendo tomar o lugar da polícia e passam a dar ordens."
Como alternativas às rondas,
citam programas em que membros da comunidade são treinados pela polícia para tarefas
de vigilância, como o "De Olho
na Rua", implantado em 2004
em Recife (PE) e que hoje está
em operação em Fortaleza
(CE) e Salvador (BA).
(CA)
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