São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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Após atrasos, instalação do MAC fica para dezembro

Reforma de nova sede do museu custou R$ 61 milhões

LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem visitar hoje o Palácio da Agricultura -projetado por Oscar Niemeyer na década de 50 e que até 2008 abrigou o Detran- pode não conseguir imaginar Picassos e Modiglianis expostos nas paredes.
A Secretaria de Estado da Cultura, no entanto, promete para dezembro a instalação definitiva do MAC (Museu de Arte Contemporânea) no prédio.
Concreto, sacos de cal, placas de gesso e telas metálicas compõem o cenário atual do edifício, em reforma desde dezembro de 2008. A inauguração foi anunciada duas vezes. Primeiro, para junho de 2009. Depois, para este mês.
Agora, o governo de São Paulo prevê a conclusão das obras em setembro, deixando prazo de três meses para a transferência do acervo do museu -hoje dividido entre o prédio da USP e o da Bienal- e a organização da primeira mostra.
"O MAC precisa de um tempo para que as obras se aclimatem ao novo espaço", diz João Sayad, secretário da Cultura.
Segundo ele, um dos motivos do atraso na reforma -que custou R$ 61 milhões- foi o veto do Conpresp (órgão municipal que cuida do patrimônio histórico), em abril, ao plano de restauro elaborado pelo escritório de Niemeyer. Com isso, o projeto de readequação do espaço ficou a cargo da Companhia Paulista de Obras e Serviços.
Com o início das obras, a construtora Simétrica percebeu que seria necessária também uma reforma estrutural do prédio, que não estava prevista no projeto inicial.
O prédio está em fase de acabamento, com a instalação dos sistemas de ar-condicionado e de monitoramento de câmeras, além da troca de sistemas elétrico e hidráulico.

Vista panorâmica
As novas instalações terão 34 mil m2. Seis andares (do segundo ao sétimo) serão ocupados por áreas expositivas. No oitavo será instalado um restaurante com vista privilegiada da cidade, tendo o parque Ibirapuera como cenário.
Além do prédio anexo original do projeto de Niemeyer, que terá uma área para exposições e reserva técnica, outro anexo será construído para receber a área administrativa e laboratórios de restauro.
O segundo prédio, no entanto, pode não ser inaugurado com o resto do conjunto.
"Por exigência do Iphan [órgão federal de preservação do patrimônio], o formato foi modificado. Ele é mais baixo e separado do outro, para que não se confunda com uma obra do Niemeyer", diz Sayad.
Entre os destaques do acervo do MAC estão obras do italiano Amedeo Modigliani (1884-1920) e do espanhol Pablo Picasso (1881-1973).


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