São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2000


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Empresas pagaram viagem de juiz

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Francisco Peçanha Martins, 62, que com seu voto reconduziu Celso Pitta ao cargo de prefeito de São Paulo, é um dos 12 ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que viajaram há duas semanas para Nova York, nos Estados Unidos, para participar de um congresso sobre telecomunicações com despesas pagas pelas empresas Ericsson e Nortel.
No início do julgamento de ontem, Peçanha Martins justificou a sua ausência na decisão anterior em que o STJ negou a recondução de Pitta, no último dia 2 de junho.
"Estive ausente por força de participação em seminário promovido pela Escola Nacional de Magistratura", disse o juiz.
Peçanha Martins é um dos mais antigos ministros do STJ e preside a 2ª turma do órgão, que julgou os recursos do prefeito afastado de São Paulo, Celso Pitta.
Ocupa o cargo desde 1991, em vaga destinada a advogados de carreira.

Currículo
Antes, foi advogado da Petrobras no Estado, a partir de 1961, assessor jurídico da Secretaria de Agricultura da Bahia, em 1962, e membro do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entre 1989 e 1991.
Natural de Salvador, ele cursou direito e fez mestrado em direito econômico na Universidade Federal da Bahia.
O currículo do juiz registra atuações em entidades estudantis. Foi vice-presidente da UEB (União dos Estudantes da Bahia), entre 1959 e 1960, quando já trabalhava como chefe de gabinete da Secretaria do Interior e da Justiça da Bahia.

Auxílio-moradia
No início de março, Peçanha Martins foi um dos cinco ministros do STJ que renunciaram ao recebimento do auxílio-moradia.
Os outros 28 aceitaram estender a eles a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de pagamento do benefício, de até R$ 3.000.
A decisão beneficiou 750 juízes federais de primeira instância e 101 juízes dos cinco tribunais regionais federais, além da maioria dos ministros do STJ.
O presidente do tribunal à época, Pádua Ribeiro, era contra a medida e dissera que o auxílio era de origem discutível.


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