São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2000


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Saída do PMN acaba com sonho de reeleição DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos últimos atos de Regis de Oliveira à frente da prefeitura custou-lhe sua eventual candidatura à reeleição. Anteontem, sentado na cadeira de prefeito, ele encaminhou uma carta à presidente do PMN (Partido da Mobilização Nacional), Telma Ribeiro dos Santos, comunicando-lhe seu desligamento do partido.
Foi sua sentença de morte política -ao menos até o ano 2002, quando haverá eleição para governador, senador e deputados estadual e federal.
Com sua decisão, tomada na certeza de que permaneceria no cargo até o fim do ano, Regis enterrou de vez a possibilidade de concorrer à prefeitura em outubro deste ano. Sonho que ele acalentava desde que se elegeu vice-prefeito, na chapa encabeçada por Celso Pitta, em 1996.
Regis afirmou, durante entrevista coletiva anteontem à noite, no desbotado salão azul da prefeitura, que estava se desfiliando do PMN porque, caso não o fizesse, "os atos à frente da administração poderiam ser interpretados como favoráveis a alguma legenda ou candidato".
Ao comentar com os jornalistas sua expectativa para o julgamento de ontem, Regis se mostrou tranquilo. Acreditava que um recurso à segunda turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) dificilmente seria acatado. O desembargador aposentado, no entanto, enganou-se e justificou o dito popular: "Só Deus sabe o que vai sair da cabeça de juiz e das urnas".
Nestes 19 dias à frente da prefeitura, o prefeito interino foi bajulado por amigos de plantão. Era comum Regis deixar a sede do Palácio das Indústrias acompanhado de deputados e vereadores.
Na Câmara Municipal, de uma hora para outra, vereadores fiéis a Pitta trocaram o nome a quem deviam lealdade.
Agora, sem legenda, sem cadeira e sem futuro político à vista pelos próximos dois anos, Regis de Oliveira vai poder escolher com calma uma nova legenda, o cargo ao qual irá se candidatar e fazer uma triagem de quem realmente é seu amigo. (CG)


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