São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2000


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Administração de 19 dias ficou na estaca zero

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 19 dias de Regis de Oliveira à frente da Prefeitura de São Paulo produziram mais factóides do que notícias. Apesar de considerar como certa sua permanência no cargo, Regis só fez um esboço do que seria sua administração.
Logo que tomou posse como interino, em 26 de maio, Regis disse que faria uma "limpeza na cidade", tanto física quanto política. Para isso, fez questão de repetir várias vezes que não permitiria que vereadores indicassem pessoas para cargos na prefeitura.
Ele também anunciou que teria um secretariado de "notáveis", numa mistura de políticos e técnicos. Os "notáveis", no entanto, recusaram o convite do prefeito interino justamente por temer que os sete meses fossem reduzidos a poucos dias.
Da posse à saída, as principais ações de Regis de Oliveira foram:
1) A conclusão do secretariado aconteceu somente na sexta-feira passada, depois de duas semanas no poder. O prefeito interino trouxe para fazer parte de sua equipe pessoas que participaram dos governos do ex-prefeito Jânio Quadros, como João Mellão (Administração), além de colloridos, como Fernando Fantauzzi (Planejamento), quercista que se tornou cabo eleitoral de Paulo Maluf como José Aristodemo Pinotti (Saúde), e até mesmo um dos coordenadores da campanha de Geraldo Alckimin (PSDB), Celso Matsuda (Serviços e Obras).
2) O relacionamento com a Câmara deu sinais de que não seria dos mais fáceis. Várias vezes ele repetiu que não aceitaria indicação de vereadores. Os parlamentares reclamaram e ameaçaram rejeitar todos os vetos do Executivo, o que forçaria Regis a acatar leis consideradas ilegais ou inconstitucionais.
3) Num esforço de marketing, o prefeito interino baixou quatro portarias e uma ordem interna que tinham como objetivo, entre outras coisas, constituir comissões de estudo para privatização do Serviço Funerário, reordenamento do magistério e automação do estacionamento do Anhembi.
4) Com o objetivo de contestar os atos de Celso Pitta, Regis cancelou um aditamento nos contratos com as empreiteiras responsáveis pela coleta e varrição de lixo e depois autorizou seu secretário dos Serviços e Obras a fazer um contrato de emergência por quatro meses. As empresas entraram com pedido de ressarcimento contra a prefeitura pelo período que trabalharam sem contrato.
5) Os ambulantes também causaram dor de cabeça ao prefeito interino. Primeiro, ele disse que daria uma trégua para os camelôs, depois afirmou que não havia dito isso e, por fim, anunciou que começaria a retirá-los. No primeiro dia da operação, só 0,1% dos ambulantes foram retirados.
6) Anteontem, ele inaugurou o "balcão de pedidos". O objetivo era ouvir e atender os pedidos da população. Agora, os moradores terão de reclamar a Pitta.


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