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Administração de 19 dias ficou na estaca zero
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 19 dias de Regis de Oliveira à
frente da Prefeitura de São Paulo
produziram mais factóides do
que notícias. Apesar de considerar como certa sua permanência
no cargo, Regis só fez um esboço
do que seria sua administração.
Logo que tomou posse como interino, em 26 de maio, Regis disse
que faria uma "limpeza na cidade", tanto física quanto política.
Para isso, fez questão de repetir
várias vezes que não permitiria
que vereadores indicassem pessoas para cargos na prefeitura.
Ele também anunciou que teria
um secretariado de "notáveis",
numa mistura de políticos e técnicos. Os "notáveis", no entanto, recusaram o convite do prefeito interino justamente por temer que
os sete meses fossem reduzidos a
poucos dias.
Da posse à saída, as principais
ações de Regis de Oliveira foram:
1) A conclusão do secretariado
aconteceu somente na sexta-feira
passada, depois de duas semanas
no poder. O prefeito interino
trouxe para fazer parte de sua
equipe pessoas que participaram
dos governos do ex-prefeito Jânio
Quadros, como João Mellão (Administração), além de colloridos,
como Fernando Fantauzzi (Planejamento), quercista que se tornou cabo eleitoral de Paulo Maluf
como José Aristodemo Pinotti
(Saúde), e até mesmo um dos
coordenadores da campanha de
Geraldo Alckimin (PSDB), Celso
Matsuda (Serviços e Obras).
2) O relacionamento com a Câmara deu sinais de que não seria
dos mais fáceis. Várias vezes ele
repetiu que não aceitaria indicação de vereadores. Os parlamentares reclamaram e ameaçaram
rejeitar todos os vetos do Executivo, o que forçaria Regis a acatar
leis consideradas ilegais ou inconstitucionais.
3) Num esforço de marketing, o
prefeito interino baixou quatro
portarias e uma ordem interna
que tinham como objetivo, entre
outras coisas, constituir comissões de estudo para privatização
do Serviço Funerário, reordenamento do magistério e automação do estacionamento do
Anhembi.
4) Com o objetivo de contestar
os atos de Celso Pitta, Regis cancelou um aditamento nos contratos com as empreiteiras responsáveis pela coleta e varrição de lixo e
depois autorizou seu secretário
dos Serviços e Obras a fazer um
contrato de emergência por quatro meses. As empresas entraram
com pedido de ressarcimento
contra a prefeitura pelo período
que trabalharam sem contrato.
5) Os ambulantes também causaram dor de cabeça ao prefeito
interino. Primeiro, ele disse que
daria uma trégua para os camelôs,
depois afirmou que não havia dito isso e, por fim, anunciou que
começaria a retirá-los. No primeiro dia da operação, só 0,1% dos
ambulantes foram retirados.
6) Anteontem, ele inaugurou o
"balcão de pedidos". O objetivo
era ouvir e atender os pedidos da
população. Agora, os moradores
terão de reclamar a Pitta.
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