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Assaltante teria pensado em se render
DA AGÊNCIA FOLHA
A estudante Janaína Lopes, 23,
uma das passageiras do ônibus
Central do Brasil-Gávea, disse ontem, em Campo Grande, que o assaltante pensou em se render
duas vezes antes de sair.
"Ele (assaltante) estava muito
nervoso, não queria roubar ninguém, apenas escapar do cerco
policial", disse a jovem, ao ser recepcionada por parentes, ontem à
tarde, no aeroporto da cidade.
Janaína mora no Rio de Janeiro
há quatro meses, onde cursa o 3º
ano de Administração na PUC.
Essa foi a segunda vez em que
viveu situações de perigo. Em setembro de 1990, sofreu um acidente na estrada que liga o município de Dourados a Ponta Porã,
em Mato Grosso do Sul.
Janaína ia assistir a uma prova
de rali com a mãe, a avó, uma tia e
uma amiga. O Escort em que viajavam saiu da pista e capotou várias vezes. Apenas ela sobreviveu.
Desde então, a jovem vive com o
pai e um irmão de 21 anos. A
transferência para o Rio foi contestada pela família, que temia pela violência das cidades grandes.
A estudante disse gostar de morar na cidade, para onde retorna
na segunda-feira para uma prova.
O pai de Janaína, o corretor de
imóveis Claudemir Neves, 42, ficou sabendo do sequestro por um
telefonema de uma parente que
mora em São Paulo. Ele assistiu
ao drama da filha pela televisão.
Por uma hora e meia, o corretor
pensou que a filha estivesse morta. Neves só acreditou que a filha
estava bem depois de uma longa
conversa que teve com ela por telefone. "Assistia pela televisão histórias de sequestros mas não fazia
idéia do quanto isso dói."
Ele disse que os policiais demoraram para agir. "Se era para ferir
o assaltante, por que não fizeram
isso antes? Por várias vezes ele (assaltante) apontou o rosto na janela, indefeso. Por que, então, atirar
no momento em que o assaltante
ia se render?"
Janaína afirmou que Geísa Firmo Gonçalves, morta no desfecho
do sequestro, estava apavorada.
"Ela (Geísa) entrou em pânico, estava desesperada o tempo todo,
mesmo quando ainda não tinha
sido usada como escudo pelo assaltante."
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