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Ação da polícia revolta universidade
DA SUCURSAL DO RIO
O sequestro dos 10 passageiros
do ônibus da linha Gávea-Central
do Brasil e a ação da polícia, que
resultou na morte de uma refém,
revoltaram a reitoria, alunos e
professores da PUC do Rio, que
teve duas estudantes mantidas
por quatro horas e meia na mira
do sequestrador -Janaína Lopes
Neves, 23, e Luana Guimarães, 19.
A linha 174, que liga a Central à
Gávea, é muito utilizada pelos estudantes e funcionários da PUC
que vêm da zona norte, de Botafogo e do Centro do Rio.
A reitoria marcou uma missa
hoje na capela da PUC, às 12h, em
memória de Geísa Firmo Gonçalves e em ação de graças pela salvação das duas alunas.
Janaína, que é estudante do 1º
período de administração, foi
obrigada a simular a própria morte, após ter o cano do revólver colocado em sua boca.
"Foi uma ação desastrada e tudo indica que a polícia matou a refém", declarou o reitor da PUC,
Jesus Hortal, antes de o governo
do Estado reconhecer oficialmente que isso havia acontecido.
Mesmo ausente da aula, Luana
foi elogiada pelos colegas pela calma que manteve durante todo o
episódio, no qual foi a primeira a
se oferecer como intermediária
entre o assaltante e a polícia.
Estudante do 5º período de jornalismo, com bolsa integral por
mérito, ela diz que tentou manter
um diálogo o tempo todo com o
sequestrador. "Não fiquei apavorada, tentei tranquilizar os outros
reféns e conversar com ele."
Em um dos diálogos, Luana disse que perguntou "Você sabe
quem é a maior vítima disso tudo?" e que o criminoso respondeu
que não sabia. "Aí eu respondi
que era ele e ele se calou."
Luana desconfia que o criminoso estivesse drogado, pois tinha os
olhos vermelhos e cantava músicas enaltecendo o Diabo. Ela diz
que, minutos antes de o sequestrador deixar o ônibus com Geísa,
ele fez um sorteio para saber
quem seria a refém. "No sorteio
ele me escolheu. Por que ele acabou levando a Geísa, eu não sei."
Apesar do susto e da indignação, os alunos não pretendiam
mudar o hábito de utilizar o ônibus para chegar à PUC.
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