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FHC permitiu circulação "livre"
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela versão inicial do Código de
Trânsito Brasileiro (CTB), as motos estariam proibidas de circular
no espaço entre duas fileiras de
carros. A restrição era prevista no
artigo 56, vetado pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso.
O código entrou em vigor em janeiro de 1998. A justificativa do
governo para vetar essa norma é
que a agilidade das motos seria
afetada, comprometendo a utilização desse tipo de veículo.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo
se posicionava de maneira favorável ao artigo 56 do CTB.
"Na época, defendemos que as
motos deveriam rodar nas faixas,
atrás dos carros, por uma questão
de segurança", diz Irineu Gnecco
Filho, que atualmente é diretor de
operações da empresa.
Ele admite, porém, que haveria
dificuldades para fiscalizar essa
infração. Esse é um dos principais
motivos que levam José do Espírito Santo, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Segurança no
Trânsito, de Brasília, a defender a
decisão de vetar essa norma.
"Seria inviável. Não adianta fazer uma regra para não ser cumprida e nem fiscalizada", diz Espírito Santo, que, como advogado,
participou da elaboração do Código de Trânsito Brasileiro.
Congestionamento
Reginaldo Paiva, diretor do departamento de transportes do
Instituto de Engenharia, também
aponta problemas em restringir a
circulação das motos entre as fileiras de carros. "Não dá para reverter, tirando a versatilidade das
motos", afirma.
Paiva diz que a lentidão no trânsito poderia aumentar se os motociclistas fossem obrigados a andar
nas faixas, atrás dos demais veículos. "A moto é um veículo adaptado para fugir dos congestionamentos de alguns centros urbanos, como São Paulo. Querer confinar a moto é trazer ainda mais
problemas para nosso trânsito."
De acordo com Espírito Santo,
as prefeituras deveriam fazer estudos para restringir a circulação
de motos apenas em algumas ruas
e avenidas. "Naquelas em que há
mais perigo, em razão da largura
das vias, por exemplo. É mais fácil
de fiscalizar do que se proibirem
que elas rodem entre os outros
veículos", afirma o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito.
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