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MORTE DO TITÃ
Para praticantes de cooper na av. Sumaré (zona noroeste), medo de atropelamento aumentou após racionamento
Corredor teme mais carro do que assalto
DA REPORTAGEM LOCAL
Os praticantes de cooper que
usam o canteiro central da avenida Sumaré, na zona noroeste, dizem ter mais medo de serem atropelados do que assaltados. Para a
maioria, o plano de racionamento
de energia deixou a via muito escura e mais perigosa.
"A escolha das luminárias a serem apagadas foi malfeita. Existem zonas totalmente escuras no
canteiro porque há três, quatro
desligadas, uma seguida da outra", diz a bancária Domitila Figueira, 48, que faz caminhadas na
avenida junto com o marido.
Árvores arrancadas por desastres automobilísticos, carros que
fazem conversão proibida na avenida e motos que trafegam pelas
calçadas são fatos comuns, narrados pelos corredores.
"A gente vê muita imprudência.
Os motoristas entram na contramão mesmo. Apesar de ter ficado
mais perigoso, eu não mudei
meus hábitos depois do racionamento", diz o vendedor Luiz Carlos de Farias, 46, que corre na Sumaré há quatro anos.
Já a bióloga Heloísa Casagrande, 40, trocou o cooper e os passeios de bicicleta por caminhadas,
acompanhada do seu rotweiller.
"Não ando mais aqui sem ele",
diz. "Você fica sem visão. A luz
dos automóveis vêm nas suas costas e à frente, o que confunde. Você perde a percepção do espaço."
Segundo os praticantes de cooper, o medo de assaltos diminuiu
após o deslocamento de um carro
da Polícia Militar, que fica na altura da estação de metrô Sumaré.
Para o administrador de empresas Mauro Calliari, 39, a morte do
guitarrista dos Titãs Marcelo Fromer não foi apenas uma fatalidade. Ele fazia cooper na mesma
avenida e no mesmo horário em
que o baterista do Titãs foi atropelado e conta que o trânsito caótico, a sinalização inadequada e a
falta de respeito dos motoristas
colocavam em risco os pedestres
que passavam naquele horário
pela avenida Europa.
"Muitos motoboys pilotavam
na contramão e até na calçada",
afirma. "Nós chegamos num ponto em que os carros não andam,
os pedestres não atravessam as
ruas sem se arriscar e os motoboys tudo podem."
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