São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 2002

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"Wilheim é muito teimoso", diz Chap Chap

DA REPORTAGEM LOCAL

A "atitude personalista" da prefeitura, apontada pelas 30 entidades reunidas na Fiesp, era uma referência a Jorge Wilheim, segundo Romeu Chap Chap, que o considera "um grande urbanista" mas "muito teimoso".
"É verdade, os debates promovidos por ele foram monólogos. Quando falávamos de potencial construtivo, ele sempre dizia que estava tratando, que não nos preocupássemos", afirma.
"Procuramos a prefeita porque cansamos de ficar falando com uma pessoa que dizia uma coisa e depois fazia outra. Todos conhecemos Jorge Wilheim: ele é uma pessoa muito afável, mas só faz o que quer", diz.
O presidente do Secovi conta que o primeiro contato com a prefeita ocorreu em abril. O secretário de Governo, Rui Falcão, participou do encontro, no gabinete da prefeita, de acordo com Chap Chap, e teria dito: "Vocês nos apoiariam em uma proposta alternativa ao plano?"
A proposta nunca foi feita, por nenhuma das partes, que voltaram a se falar após o plano ser enviado à Câmara Municipal, há um mês. Na ocasião, Wilheim fez alterações de última hora no texto, que contemplavam reivindicações dos empresários, mas manteve a outorga onerosa. "Falei com a prefeita por telefone e ela perguntou: "Agora vocês não estão satisfeitos?'", conta.
Nas últimas conversações, a prefeita pediu ao empresário que procurasse os vereadores da base governista, como Nabil Bonduki, para fazer as propostas. "Mandei tudo por escrito para ela e mantive o diálogo com o Rui [Falcão"."
Bonduki afirma que nenhuma proposta do Secovi foi encaminhada à Câmara. "Estamos preparando um estudo técnico para enviá-las", diz Chap Chap.

Outro lado
A Folha procurou Jorge Wilheim ontem. Segundo a assessoria de imprensa do secretário, ele considerou que as críticas do presidente do Secovi já foram respondidas na entrevista publicada também ontem pelo jornal.
Na ocasião, Wilheim afirmou o Secovi participou de todos os debates, mas "ficou batendo na mesma tecla da outorga onerosa durante o tempo todo". "Eles querem poder construir mais sem pagar taxas. É um pleito legítimo defender o interesse deles, mas nem sempre esse interesse coincide com o da cidade", disse.
O secretário afirma que a outorga onerosa não é inconstitucional, como dizem os empresários, porque não se trata de uma imposição. "Ninguém é obrigado a pagá-la, só os que quiserem construir acima do permitido", afirmou.
O secretário disse ainda que o objetivo do plano é evitar que o mercado imobiliário de São Paulo "pare de matar, por sufoco, um bairro após o outro".



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