São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 2002

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Vereadores já negociam com empresários

MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Vereadores da base governista e da oposição admitem que já estão negociando os principais pontos do Plano Diretor com representantes do setor de construção civil, como o Secovi.
Entre os pontos que mais merecem a atenção do setor, segundo os vereadores, está a criação da outorga onerosa -direito de construir acima do permitido, mediante pagamento de uma taxa para a prefeitura.
Para os vereadores, caso seja aprovado como está, o projeto do Executivo pode gerar consequências ruins para o mercado imobiliário, que tendem a se refletir no bolso do consumidor. Por isso, acreditam que a opinião de especialistas deve ser valorizada.
"Acho que essa é uma questão extremamente delicada, que vai mexer com a vida da cidade. A mudança proposta no projeto [do Executivo" ou encarece a construção ou desvaloriza o valor dos terrenos. Isso pode prejudicar muita gente, o setor deve ouvido", disse Eliseu Gabriel (PDT).
Para Antônio Goulart (PMDB), as propostas do sindicato podem contribuir para melhorar o projeto. "Concordo em gênero, número e grau com o Secovi e vou propor emendas ao projeto" disse.
Para o bispo Atílio Francisco (PTB), as mudanças propostas pelo Executivo vão causar uma perda de investimento do setor imobiliário na cidade, que pode gerar desemprego.
"Acredito que os empresários tenham uma certa razão. As mudanças propostas pela prefeitura podem ter consequências ruins para a cidade", afirmou.
O vereador Marcos Zerbini (PSDB) concorda. "Seria interessante tentar chegar a um acordo. Do ponto de vista jurídico, acredito que o plano possa ferir o direito adquirido", disse.
Para Ricardo Montoro, líder do PSDB na Câmara, as propostas do empresariado são interessantes. "Se a arrecadação diminuir, não vai onerar tanto o setor imobiliário e nem o consumidor", disse.
Para Domingos Dissei (PFL), as negociações com o Secovi são salutares. O vereador defende um meio-termo entre a proposta do setor e a da prefeitura. "Essa negociação é saudável, evidentemente eles têm que ser ouvidos. Precisamos tomar cuidado porque é o consumidor que vai ser prejudicado", disse.
Segundo o líder do governo na Câmara, José Mentor (PT), a discussão com o Secovi está apenas começando. "O governo está aberto a sugestões que melhorem o projeto", disse.



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