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Equipe de escavação é recebida a tiros
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Policiais que participavam ontem das escavações no cemitério
clandestino onde o corpo do jornalista Tim Lopes supostamente
foi enterrado foram recebidos a tiros e com foguetório por traficantes da favela da Grota, no complexo do Alemão (zona norte).
Assim que chegaram ao alto da
favela, por volta das 10h30, equipes da Delegacia de Homicídios e
da Coordenadoria de Operações
Especiais da Polícia Civil foram
surpreendidas por três tiros de
pistolas disparados contra eles.
Ninguém foi atingido.
A seguir, os traficantes iniciaram um intenso foguetório. Os
policiais se posicionaram em
pontos considerados estratégicos
do morro, mas não conseguiram
ver quem tinha atirado.
O clima voltou a ficar tenso
quando um suposto "olheiro" dos
traficantes passou pelo local e disse que o corpo do jornalista estaria próximo a um bambuzal. O local é o mesmo onde os policiais
encontraram a microcâmera da
Globo. Anteontem, os traficantes
ameaçaram os policiais por meio
de radiotransmissores.
Preocupada com possíveis tiroteios, a Secretaria Municipal da
Educação informou ter cancelado
as aulas no Ciep Maestro Francisco Mignone, na Grota. A Escola
Municipal Odilon de Andrade,
em frente ao Ciep, permaneceu
fechada ontem. Moradores disseram que o fechamento se deveu a
uma ordem dos traficantes.
Fim das buscas
O chefe da Polícia Civil, Zaqueu
Teixeira, anunciou ontem à noite
que as escavações estão suspensas. A medida se deve ao fato de a
polícia estar convencida de que já
encontrou o corpo do jornalista.
A identificação deverá ocorrer
por meio de exame de DNA.
Ontem, foram achadas mais
duas ossadas. Com isso, chega a
seis o total de despojos localizados. Segundo a Delegacia de Homicídios, as vítimas podem fazer parte da lista de 60 desaparecidos nos últimos dois anos na região.
Colaborou TALITA FIGUEIREDO, free-lance para a Folha
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